R. N. Daniel Duarte*
Sou contra a pena de morte, mas num caso como esse, se a turba irada gritasse “LINCHA!”, eu talvez virasse as costas e nada fizesse para impedir. Afinal, faz muito pouco tempo que meu filho deixou de ter seis anos.
Mas nem o linchamento nem minha covardia resolvem o problema, no sentido de evitar que coisas deste jaez tornem a acontecer; assim como não será resolvido pelo reforço (temporário) do policiamento ostensivo; ou pela redução da maioridade penal.
A ciência médica descobriu que a parte do cérebro responsável pelo que poderíamos chamar de sentido de conseqüência ou responsabilidade não se desenvolve antes dos 21 anos (o que não significa dizer que estará desenvolvida após esta idade). Então pode ser que a intenção dos dois bandidos fosse apenas (como se isso fosse aceitável) roubar o carro. A mudança no cenário previsto pode ter desnorteado os criminosos.
Os dois rapazes que cometeram a atrocidade foram criados num ambiente em que a vida deles mesmos nada vale. Como poderiam achar que a vida dos outros merece respeito? Numa sociedade que favorece a impunidade, como poderiam acreditar que tinham mais a perder do que a ganhar? É uma falha de educação. Educar não é padronizar escolas públicas ou aplicar provas que aquilatem a eficácia do ensino das disciplinas. Educar é criar um ambiente pacífico, sadio e próspero, onde a expectativa de vida dos homens não-brancos seja muito superior a vinte e poucos anos.
Não falo por falar, para expressar minha indignação ou solidarizar-me com a família enlutada. No portal www.brasilzero.eti.br há uma proposta concreta capaz de acabar com a criminalidade, a violência, a corrupção, a injustiça, a impunidade, o abismo social e muitos outros problemas sociais e econômicos que afligem o Brasil.
Por diversos meios de comunicação, pessoas têm sido alertadas para a existência da Proposta Brasil Zero km. Se uma parte dessa proposta já estivesse implantada, não haveria proveito em roubar o que quer que fosse, e João Hélio poderia estar na escola hoje, e não no cemitério. Por isso, considero solidariamente responsáveis por essa barbárie, assim como por muitos outros crimes, as seguintes pessoas:
1) Ocupantes de cargos políticos (da esfera federal, estadual e municipal), empresários & administradores do setor privado, e jornalistas quando, por arrogância, recusam-se a tomar conhecimento da proposta, rotulando-a de solução mágica ou extravagante. Toda inovação é extravagante até ser compreendida e adotada. Então passa a ser genial.
2) Todas as pessoas que tomaram conhecimento da proposta e não se empenham em divulgá-la. São réus por omissão.
3) Todas as pessoas que ainda não se interessaram em conhecer a proposta. São réus por descaso e negligência.
As pessoas que se enquadram nas categorias acima são traidoras de si mesmas, porque adiam a implantação de um ambiente que será benéfico para todos, até mesmo para políticos corruptos, empresários gananciosos e chefes de quadrilhas. Brasil Zero km dá combate às circunstâncias que produzem a falha, mas não causa dano para o faltoso.
Enquanto não adotarmos medidas que ataquem em extensão e profundidade os problemas citados, a situação só vai piorar. E, qualquer dia desses, tu (ou algum ente querido) podes ser vítima de um seqüestro relâmpago, de um latrocínio ou de alguma bala perdida. Estejas ou não enquadrado em uma das três categorias acima.
Qual é a tua escolha? Paz ou insegurança? Prosperidade ou miséria? Alegria ou luto?
* R. N. Daniel Duarte, 66 anos, é militar reformado, engenheiro eletrônico, com mestrado em Ciência da Computação, programador de computadores e coordenador da Proposta Brasil Zero km (www.brasilzero.eti.br).
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