Quando, em 2010, Lula terminava seu segundo mandato e fazia sua sucessão elegendo Dilma, por mais de uma vez, fazendo análises de conjuntura, eu disse que a democracia no Brasil estava consolidada. Afirmava convicto que, apesar de a nossa democracia ser jovem – em 2010 experimentávamos a sexta eleição direta para presidente após a ditadura –, os resultados eram sempre respeitados, e a democracia estava consolidada.
Naquele momento, eu não tinha, e creio que nenhuma outra pessoa tinha, como imaginar que o PSDB, com a sua história, se tornaria um partido golpista. E pior: que a maioria dos seus líderes ganharia ideologicamente um viés nazifascista – como é o caso, só para ficar em alguns, de Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Aloysio Nunes, José Serra e Fernando Henrique Cardoso.
Os governos do PT (Lula e Dilma) deram ao Estado uma função que não existia: combater a corrupção. Nos governos de Lula e Dilma foram aprovadas leis importantes de combate à corrupção, como também foi nesses dois governos que aumentou o orçamento da Polícia Federal, que ganhou capacidade e autonomia de investigação.
Depois da ditadura militar, com a nova Constituição, foi delegada ao Ministério Público a função de zelar pelos direitos individuais e pelo cumprimento da Carta Magna. Fatos que também não eram cumpridos nos governos anteriores, pois na Procuradoria Geral da República sempre foram indicadas pessoas que engavetavam tudo – como, por exemplo, Geraldo Brindeiro.
Nada de investigar. Isso também mudou nos governos do PT, que indicaram procuradores que cumpriram com o papel estabelecido na Constituição. E o que deixaram de fazer é por conta deles, e não por intervenção do Poder Executivo. Rodrigo Janot, por exemplo, tem atuado de maneira parcial, não permitindo a investigação do DEM e, principalmente, dos políticos do PSDB.
Aproveitando-se da autonomia de investigação, o Ministério Público, sob a égide de Janot, e a PF, agindo por meio de seus instintos políticos (de direita) golpistas, passaram a atuar em conjunto com a mídia na construção do golpe. Primeiro, definiram que tinham que tirar o PT do governo e depois ver qual seria o caminho – mesmo que, para isso, tivessem que passar por cima da lei, da Constituição e destruir o Brasil. E estão fazendo isso com competência e apoio do Judiciário e dos Estados Unidos.
Sabendo quem são os organizadores da manifestação de rua do último dia 13, é possível concluir quem são os corruptos e uma parte dos corruptores e que fazem isso com a colaboração dos Estados Unidos da América. Fazer a lista dos corruptos que chamaram para o ato seria longa e cansativa, mas dá para listar alguns: Aécio Neves (PSDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Aloysio Nunes (PSDB), Agripino Maia (DEM). De empresas que estão sendo acusadas de corrupção pode-se citar a Rede Globo e a rede de lanchonetes Habib’s. Esses corruptos e tantos outros conseguiram mobilizar uma multidão de pessoas que vão para as manifestações como se fossem bois e vacas indo para o matadouro. Constroem a sua própria morte.
Em 2010, ao afirmar que o Brasil vivia uma jovem democracia, porém estável, relevava algumas coisas: o poder manipulação da mídia, o golpismo do PSDB e a ação dos EUA.
Em entrevista no último dia 11 de março a Luis Nassif e Patrícia Faermann, do Jornal GGN, Moniz Bandeira diz: “O objetivo (dos EUA) é o domínio completo, espaço, área de todo o universo”. Emenda em seguida que “é preciso compreender que a crise hoje no Brasil é dimensionada de forma tão absurda como está ocorrendo, porque os Estados Unidos não admitem a emergência de outra potência na América do Sul”.
É justamente isso que estava ocorrendo. Depois de tantos governos danosos, Lula conseguiu fazer com que o brasileiro se sentisse orgulhoso de ser brasileiro e o nosso país começou a ser respeitado mundialmente. Deu passos importantes ao construir a Unasul, Celac e o Brics. Os EUA não toleram, principalmente no que consideram seu quintal, a liderança do Brasil na América do Sul e no mundo.
Concordo plenamente com Moniz Bandeira: “Os Estados Unidos, quando não podem dominar, criam um caos”. E é isso que têm feito no mundo. Basta observar o que restou dos países que tiveram a “primavera árabe”, como a Líbia. O que restou do Iraque, Afeganistão, Síria? Restou o caos.
Os partidos e políticos opositores a Dilma que querem o golpe são corruptos e estão a serviço dos Estados Unidos. Se não conseguirem o golpe, que reste o caos.
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