O concurso da Caixa Econômica Federal promete ser um dos maiores do mundo e um dos mais concorridos de todos os tempos no país. Não há nenhum exagero nessa afirmação, como vou demonstrar a seguir, já que esse é o meu tema da semana. Antes, uma curiosidade: vocês sabiam que o maior concurso do mundo é o vestibular chinês? Depois dele, vem o Enem, o nosso Exame Nacional do Ensino Médio. É isso mesmo! E, agora, o da Caixa entra na lista. Vou dar alguns detalhes para demonstrar o que estou afirmando, mas já aviso logo: o concurso da Caixa uma ótima oportunidade para você que sonha com a estabilidade financeira que a carreira pública proporciona.
O certame da Caixa é para formação de cadastro de reserva para provimento de vagas no nível inicial da Carreira Administrativa, no cargo de Técnico Bancário. Mas também há vagas para os cargos de Engenheiro e de Médico do Trabalho. No último concurso, de 2012, que perde a validade no próximo dia 14 de junho, foram mais de 1,2 milhão de inscritos, dos quais 1 milhão e 156 mil apenas para o cargo de técnico bancário. O novo concurso é necessário porque a Caixa tem a pretensão de se tornar, nos próximos anos, o terceiro maior banco brasileiro. A instituição planeja inaugurar mais de 2 mil agências até o fim de 2015. Está em processo de crescimento bem expressivo, tanto, que no último semestre, atingiu o incrível índice de 40% de crescimento, contra 15% da média dos bancos privados.
Basta entrar em uma agência do banco para constatar a urgência de novas contratações. Há grande número de mesas e guichês vazios em todas as unidades. Em alguns horários, as filas são enormes e há grande demora no atendimento, a despeito de toda a informatização dos serviços. São tantos os serviços criados recentemente, que o número de funcionários hoje na ativa não é mais suficiente para dar conta de tudo.
De olho nessa alta demanda, a concorrência será acirrada. As estimativas são de 1,5 milhão de inscritos na disputa pelas mais de 30 mil vagas oferecidas. Para se ter uma ideia da grandiosidade desse concurso, a banca examinadora, Cespe/UnB, deverá corrigir mais de 120 mil redações. Essa informação já é um indicativo de que serão preenchidas muito mais do que as 30 mil vagas previstas.
O fato é que os jovens anseiam muito um cargo na Caixa. Além disso, eles têm permanecido cada vez mais no emprego, conquistado com tanta garra e sacrifício, em concurso tão concorrido. Tanto assim que o índice de turnover – palavra inglesa que define a rotatividade de empregados na empresa – é de apenas 1%. Ou seja, as pessoas têm feito carreira no banco. Os empregados da instituição entram lá muito jovens, com malcompletados 18 anos de idade, logo que terminam o ensino médio, e chegam a posições de destaque ao longo da carreira na empresa estatal.
Mas qual é a razão de tamanho interesse em trabalhar na Caixa, por parte, sobretudo, de rapazes e moças em busca do primeiro emprego? Respondo: os benefícios oferecidos aos empregados. É que o banco promete, além da remuneração inicial de R$ 2.932,32, um total de 63 benefícios, entre os quais aqueles que, de modo geral, são oferecidos aos empregados por empresas estatais ou da iniciativa privada. O valor da remuneração é constituído de vencimento-base, de R$ 2.025; auxílio-alimentação/auxílio-refeição, de R$ 509,96; e cesta-alimentação, de R$ 397,36. Os valores estão atualizados segundo informações da assessoria de imprensa do banco.
Nada mau para começar, em troca de uma carga de trabalho de apenas 30 horas semanais para os futuros técnicos bancários, degrau inicial da carreira na Caixa. Já os profissionais aprovados para o cargo de Engenheiro farão jus à remuneração inicial de R$ 8.041,00, mais benefícios, para jornada de 8 horas diárias e 40 semanais. Os médicos do Trabalho receberão remuneração inicial de R$ 4.021,00, mais benefícios, para jornada de 4 horas diárias e 20 semanais. O concurso oferece apenas nove vagas imediatas para esses cargos, mais cadastro de reserva.
As vagas estão distribuídas por todo o Brasil, e é exigido apenas o certificado de conclusão do nível médio para o cargo de Técnico Bancário. E atenção: as inscrições começaram no dia 24 deste mês e vão apenas até 11 de fevereiro, pelo site do Cespe. O valor das taxas de inscrição é de R$ 43 para o cargo de Técnico e de R$ 78 para os demais postos. A prova será aplicada nas capitais de estados, no Distrito Federal e em diversas cidades do interior.
Tenho certeza de que muitos candidatos, diante da magnitude desse concurso, já estão se perguntando sobre o que fazer para vencer a megaconcorrência, com tão pouco tempo para estudar. Serão apenas dois meses para assimilar todo o conteúdo exigido pela banca examinadora. A resposta para essa pergunta é simples, queridas concurseiras e prezados concurseiros: estratégia de preparação. É tudo aquilo que tenho escrito sobre como memorizar, como se concentrar e como manter o foco o tempo todo no grande objetivo, que é a aprovação e a conquista desse tão desejado emprego.
O primeiro passo é estudar o edital, que, neste caso, é bem extenso e sofreu modificações na semana passada: remarcaram a prova, do dia 23 para o dia 30 de março, mesma data e mesmo horário da seleção do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE); excluíram conteúdos, mas carregaram a mão no programa de Língua Portuguesa e no de Conhecimentos – que eles chamam de Conhecimentos Específicos e envolve a parte de Conhecimentos Bancários e Atendimento. Para se ter uma ideia, são 70 questões com peso 2, no sistema de certo ou errado, em que uma resposta errada anula uma certa. Isto é, se o candidato anular uma questão de peso 2, perde nada menos do que 4 pontos.
Diante disso, minha dica é que você dedique atenção especial à Língua Portuguesa, que tem peso 2 e vale 28 pontos, quase a metade da primeira prova, de Conhecimentos Gerais. Além disso, esteja atento também à parte de Conhecimentos Bancários, que envolve muita coisa relativa ao banco, como microcrédito, penhor, Fies (financiamento estudantil) e crédito rural, entre outros assuntos.
As disciplinas Atendimento e Conhecimentos Bancários somarão 70 questões, com peso 2. Em geral, as questões sobre Marketing e sobre Atendimento correspondem a um percentual que gira em torno de 10% a 15% da parte específica. Seguindo essa lógica, seriam de 7 a 11 questões dessas disciplinas, sobrando cerca de 60 para Conhecimentos Bancários. Essa é, portanto, a disciplina que pode definir a sua classificação no concurso!
Uma das diferenças do edital deste ano, em comparação com o de 2012, é a inclusão de noções de economia dentro do conteúdo Conhecimentos Bancários. O edital pede, ainda, noções de política econômica, noções de política monetária, instrumentos de política monetária e formação da taxa de juros. Esses não são temas recorrentes. Quando aparecem, são incidentais, abordados marginalmente. Agora, no entanto, o Cespe passou a cobrar considerações macroeconômicas dos candidatos. Não se assuste, pois a profundidade com que o assunto deve ser exigido faz dele um tema acessório e sem grandes pretensões.
Quanto à prova discursiva, há três temas principais a que o candidato ao cargo de Técnico Bancário deve se ater. O primeiro deles é Estrutura do Sistema Financeiro Nacional. O assunto engloba as diversas entidades públicas da administração financeira do País (como Banco Central, CVM…), além dos diversos tipos de instituições privadas e de capital misto que integram o sistema bancário (como bancos comerciais, de desenvolvimento, de investimento etc.). Outro assunto provável é Mercado de Capitais. Comece a estudar as diferenças entre empresas de capital aberto e empresas de capital fechado, passe para ações e debêntures e conclua com mercado de balcão. O terceiro tema quente é o que se refere a produtos bancários. Esteja a par dos principais produtos e serviços oferecidos pelos bancos e pela Caixa. Cartões, loterias e o programa Minha Casa, Minha Vida saltam à mente como especialíssimos.
Como você vê, há muito para estudar. O candidato precisa dispor de material específico, além de assistir a algumas aulas e de montar grupo de estudo para devorar todo esse conteúdo. É lógico que vai dar trabalho. Mas posso garantir que todo esse esforço vale a pena. Ingressar numa grande empresa estatal como a Caixa pode resolver a vida de qualquer um. Por exemplo, se você deseja cursar uma faculdade ou fazer alguma especialização, pode se animar: a Caixa oferece auxílio financeiro para custear os estudos. E todos sabem o que um diploma de curso superior ou uma especialização no currículo podem fazer pela carreira de um profissional, inclusive de um funcionário de carreira de uma instituição bancária como a Caixa.
As vantagens de entrar para a Caixa são muitas. É preciso, porém, ter consciência de que o concurso será um teste difícil, com quatro horas e meia de duração para responder 120 itens e fazer uma prova discursiva (redação). Na verdade, vai ser pedreira. Quem não estiver bem-preparado pode não conseguir vencer, no tempo da prova, todos os itens e redigir uma boa redação.
Pensando nas dificuldades do concurso da Caixa, quero deixar para vocês uma mensagem de otimismo que pode ajudar muito nessa empreitada. Ela vem de um dos maiores líderes de todos os tempos, Mahatma Ghandi, que levou a Índia à independência com a sua doutrina da não violência. Eis uma de suas frases antológicas: “Quando a alma está feliz, a prosperidade cresce, a saúde melhora, as amizades aumentam. Enfim, o mundo fica de bem com você. O mundo exterior reflete o universo interior.”
Prepare, então, o espírito para que o UNIVERSO conspire a favor de que você seja aprovado e classificado no certame da Caixa. Pense nas palavras de Ghandi quando estiver estudando para o concurso, que tudo acabará dando certo, desde que você esteja de bem com a vida e com o mundo, como ensinou esse grande líder. Agindo assim, com certeza você acabará se tornando um dos felizardos que conquistarão, nesse concurso, o seu feliz cargo novo.
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