Consumidor mais consciente é consumidor mais exigente. Para sobreviver no mercado em um momento em que, cada vez mais, as práticas de sustentabilidade ambiental são valorizadas, micro e pequenas empresas precisam se adequar a uma economia de baixo carbono. Mas o que significa essa economia? De que forma uma empresa pode se tornar sustentável? Existe uma cartilha para isso?
Cartilha propriamente dita, não. Mas uma iniciativa inédita no país, lançada na última quinta-feira (14), promete trazer mais luz aos caminhos de empreendedores interessados em se adequar às crescentes exigências ambientais. O Sebrae lançou na semana passada um Centro de Sustentabilidade para, justamente, ajudar donos de padaria, de carrocinha de cachorro-quente, de locadora de veículos, de loja de roupas ou de qualquer pequeno empreendimento a direcionar seus negócios para uma economia menos predatória.
Localizado no Mato Grosso, o Centro Sebrae de Sustentabilidade funciona como um centro irradiador de conhecimento e de boas práticas de sustentabilidade, em que os empreendedores podem ter acesso às informações a partir do atendimento no Sebrae em seu próprio estado. A intenção é aumentar a competitividade dos pequenos negócios no país e no exterior, tendo em vista que é crescente a demanda por produtos e serviços ambientalmente corretos.
Não se trata se uma mobilização ambientalista, se trata de negócio. Seja uma estratégia do modelo de negócio, seja por causa de uma legislação mais exigente, seja pelos consumidores mais sensibilizados. Temos claro que a competitividade de toda e qualquer empresa passa pela questão da sustentabilidade ambiental. Isso deve estar inserido na estratégia da empresa, esclarece o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.
Do ponto de vista dos envolvidos na iniciativa, sustentabilidade ambiental é mais do que reflorestar ou reciclar, e não vem a ser parar de consumir. Sustentabilidade, para o Sebrae, é encontrar soluções viáveis e econômicas que permitam avançar sem destruir e democratizar as oportunidades sem inviabilizar a qualidade de vida.
Economia de baixo carbono, por sua vez, pode ser entendida como uma economia no sentido de reduzir as emissões de gases do efeito estufa gases que contribuem com o aumento de temperatura da Terra. Nessa linha, a redução do consumo, a reciclagem ou o uso de energias alternativas, por exemplo, são vias para se alcançar essa economia de baixo carbono.
E como se tornar uma empresa sustentável? A reposta a essa pergunta é dada por um leque imenso e complexo de informações, o que às vezes contribui para confundir o que realmente vem a ser um negócio sustentável. Mas a resposta correta passa pela inovação dos negócios.
Uma empresa ambientalmente sustentável é aquela que trabalha com processos de produção mais limpos, racionaliza recursos naturais, dá a destinação correta aos seus resíduos sólidos, adota instrumentos de gestão que levam em conta o custo ambiental da própria produção. E isso é um bom negócio, pois implica redução de custos e pode ser um diferencial da empresa, como um marketing, afirma o diretor.
O primeiro passo para se ter uma empresa com sustentabilidade ambiental é refletir sobre os impactos que aquele negócio causa na natureza e na sociedade. Uma locadora de veículos, por exemplo, além dos impactos da própria administração, tem como o centro de seu negócio o carro (ou outro meio de transporte), um produto que contribui, em muito, para a poluição das cidades.
De que forma uma locadora de carros pode se tornar ambientalmente sustentável? Segundo o diretor do Sebrae, é preciso levar em conta dois aspectos: o administrativo reduzindo o consumo de papel, de energia, dando a destinação correta para o lixo e outras medidas e o aspecto do próprio serviço/produto.
Utilizar somente combustíveis de fontes renováveis, por exemplo, é uma maneira de conquistar um selo de sustentabilidade. Outra maneira é com a lavagem dos veículos. Lavar com o menor gasto de água possível ou utilizar lavagem a seco é uma opção. Mas tudo isso, claro, só será considerado ambientalmente sustentável do ponto de vista empresarial, se for sistematizado e mensurado os resultados. Não pode ser algo aleatório.
Outro caminho é investir em projetos ambientais, que vão desde o plantio de árvores, até o investimento em propostas de educação ambiental. A lei brasileira ainda não prevê incentivos fiscais para empresas que investem em projetos ou programas ambientais, como ocorre com a cultura. Ainda assim, aplicar recursos em projetos desse tipo agrega valor ao produto da empresa.
Essas e outras práticas podem ser utilizadas em qualquer tipo de negócio. A busca por produtos que levem em consideração a preservação do meio ambiente é cada vez maior entre os consumidores. Ainda que os consumidores brasileiros estejam engatinhando em relação ao tema, se comparado com outras nações, é crescente a valorização dos negócios verdes no Brasil. Micros e pequenos empresários precisam se atentar a isso.
Algumas fontes de pesquisa:
Sebrae
Sustainable Business Strategies
Atitudes sustentáveis
Planeta sustentável
Portal dos administradores
Revista geração sustentável
Imóveis sustentáveis
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