Cláudio Boriola *
Promoções, cartazes bem visíveis e facilidades de pagamento. Hoje em dia, o comércio tem usado de campanhas de marketing para acertar o alvo, ou seja, o bolso do consumidor. Análises feita com nossos clientes comprovam que quanto maior o número de parcelas oferecidas, maior o risco de inadimplência. Segundo levantamentos, a cada dez pessoas, oito estão endividadas por falta de planejamento e pela compulsão das compras a prazo. Até quando vale a pena parcelar as contas?
Quanto mais tempo dado ao pagamento, maiores as chances do descontrole financeiro. A compulsão pelas compras e a busca do prazer, da ostentação exterior, têm levado milhares de pessoas a grandes dificuldades financeiras, provocando grandes complicações em suas vidas.
A ansiedade é, muitas vezes, a responsável pelo consumo desnecessário e por nossas dificuldades financeiras. É esse sentimento de angústia, de inquietação de espírito e violento desejo que toma conta de todos nós quando não o controlamos.
Mesmo depois de tudo o que falamos, pergunte a si próprio se a dívida não irá, ao longo do tempo, impedir que você atenda às suas necessidades urgentíssimas; se os juros embutidos não são exagerados e se não é melhor pensar em fazer uma reserva para comprar a vista, mediante a concorrência, possibilitando a compra de um artigo melhor, mais prático, mais barato.
O cheque é considerado uma moeda escritural que, depois de emitida, exige saldo em conta bancária para sua compensação. Está aí um dos fatores que acabam gerando inadimplência, pois o consumidor possui saldo hoje, mas, devido à sua falta de planejamento, no dia de amanhã talvez não terá o limite disponível para a compensação do tal cheque dado anteriormente.
Para não dar chances à possibilidade de se tornar um inadimplente, não seja compulsivo nas compras ou vaidoso além da necessidade. Ser ostensivo, desejar mostrar aos seus amigos o luxo, a ansiedade pela posse de objetos são atitudes responsáveis por situações indesejáveis, como dívidas, cobranças e inadimplência. O planejamento é essencial para evitar conflitos e a insegurança perante a sociedade.
Mas como devo fazer esse planejamento? É simples! Faça uma lista de despesas da casa. Dê um valor a cada uma das despesas listadas. Para isso, recomenda-se ter à mão recibos, notas fiscais, tíquetes de supermercados e outros comprovantes de despesas.
Nesse momento você anotará o valor da mensalidade da escola das crianças, da prestação da casa e do carro e até quanto gasta por mês com o cafezinho na padaria e com a cervejinha na happy hour. Toda despesa pequena, mas freqüente, deve ser registrada.
Após listar tudo, reúna toda a família, inclusive as crianças, para estudar cada tipo de despesa. Defina gastos prioritários e o que será cortado. Esse é o momento mais difícil, porém deve ser feito.
Com o dinheiro que ganhamos, pode não ser possível comprar tudo o que queremos, mas ele é suficiente para a maior parte do que precisamos. Pense nisso, assim você terá uma vida de paz, saúde e crédito!
* Cláudio Boriola Consultor Financeiro, Conferencista, Especialista em Economia Doméstica e Direitos do Consumidor. Fundador e Presidente da Boriola Consultoria.
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