O artigo desta semana é dedicado às mulheres, que celebraram ontem (8 de março) a sua data universal. O Dia Internacional da Mulher foi instituído em 1977, pela ONU, para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas femininas.
Nada mais merecido, nada mais justo, nada mais democrático do que prestar essa homenagem a quem carrega a imensa responsabilidade de nos pôr no mundo. Como se isso já não bastasse, as mulheres ainda nos dedicam a própria vida e o seu amor, seja como mães, esposas ou filhas. Todos temos muitas delas ao nosso redor, fornecendo uma base sólida à nossa existência. Sem elas, não conseguiríamos construir uma existência feliz, afinal, é com a família que tudo começa.
Confesso que me emociono ao falar das mulheres, seja de minha mãe, seja de minha esposa, seja de minhas irmãs, seja de minhas colegas de trabalho. A todas, na impossibilidade de enviar lindas flores, peço que recebam meu beijo e meu agradecimento sincero por tudo de bom que sempre representaram para mim ao longo dos meus cinquenta anos de caminhada, desde minha chegada ao mundo, na pequenina Encanto, no interior do Rio Grande do Norte, até os dias de hoje, nesta abençoada e querida terra que adotou nossa família, a Brasília de todos os sonhos.
Felizmente, aqui, na Capital da República, as mulheres desfrutam de uma situação que, se não é ideal, tem melhorado bastante nos últimos tempos. Existe mais respeito e mais proteção e segurança para elas. Noto isso no contato diário que mantenho com algumas representantes do gênero feminino, no trabalho de professor e de preparação de candidatas para concursos públicos. Elas chegam em número cada vez maior às salas de aulas e já superam amplamente os homens, tanto nos cursos preparatórios como nos concursos propriamente ditos. Naturalmente, também os deixam para trás no preenchimento das vagas.
A proporção, hoje, é de 60% de concurseiras contra 40% de candidatos do sexo masculino. Disso resulta uma contribuição muito importante para a igualdade de gêneros. Elas sempre se queixaram – e ainda hoje se queixam –, com razão, de discriminação salarial no mercado de trabalho privado, onde os homens, em regra, ganham mais do que elas. Já no serviço público isso não acontece.
A igualdade de oportunidade, de ascensão profissional e de salários nos cargos públicos é um dos fatores que, a meu ver, mais atraem as mulheres para essa opção profissional. O concurso é a forma mais democrática de preenchimento dos cargos públicos, em todas as carreiras que estão submetidas ao regime jurídico da Lei 8.112. Não há diferença de um centavo sequer entre os cargos a serem preenchidos por meio de seleção de provas ou de provas e títulos, o que é consequência da própria regra constitucional estabelecida na nossa Carta Magna, em 1988.
Não importa se o concurso é para juiz, para diplomata, para auditor fiscal, para advogado da União, para procurador da República ou para delegado de polícia; todos os aprovados ingressam na carreira ganhando exatamente o mesmo. Isso é maravilhoso! Para as mulheres, trata-se de verdadeira redenção salarial que sedimenta o caminho para a sua independência financeira.
PublicidadeSem dúvida alguma, os tempos mudaram, e para melhor, em relação à época em que a mulher não conseguia mais do que ser apenas uma secretária ou datilógrafa de repartição pública, ao passo que os homens ocupavam todos os cargos de direção, assessoria e chefias na mesma instituição. Basta dizer que o cargo número 1 do país, de presidente da República, é hoje ocupado por uma mulher, que tem à sua volta diversas mulheres ministras e dirigentes de órgãos públicos e empresas estatais. O Brasil é um dos poucos países cujo presidente da República é do sexo feminino, e foram necessários mais de 100 anos desse regime e quase 400 de reinado e império para que chegássemos a este estágio.
Estamos, sem dúvida alguma, vivendo uma era muito mais feminina do que masculina. E isso começou com a revolução sexual dos anos 1960, que libertou as mulheres de tabus e preconceitos que restringiam sua liberdade havia milhares de anos. É claro que não vivemos num mundo perfeito e ainda há inúmeros bolsões de discriminação que tornam a vida das mulheres terrivelmente difícil. Mas, na maior parte do mundo, os direitos femininos são respeitados e valorizados como nunca antes na história da humanidade. Não podemos esquecer, por exemplo, que a Idade Média assistiu à ignomiosa perseguição contra o sexo feminino na caça e queima daquelas que eram acusadas de bruxaria ou heresia, como Joana Darc e tantas outras.
A mulher de hoje pode ser considerada uma precursora de papéis ainda mais importantes nos negócios, nos serviços públicos, na administração e nos governos em todo o mundo. Por isso, seu Dia, 8 de março, é uma data que merece todas as comemorações. A mulher concurseira é um símbolo desse tempo, que se prepara para ocupar cada vez mais postos de trabalho.
A propósito do papel feminino na sociedade de hoje, permito-me citar um pensamento da escritora Martha Medeiros:
“Há homens que têm patroa.
Há homens que têm mulher.
E há mulheres que escolhem o que querem ser.”
Às mulheres, meus parabéns por sua data tão especial. Tenho certeza de que as concurseiras que me leem logo estarão alcançando sua meta e poderão desfrutar plenamente de seu feliz cargo novo.
OUTROS ARTIGOS DE J. W. GRANJEIRO
Veja ainda:
Lídice da Mata: “Mulheres à luta!”
Fábio Góis e sua crônica de um plenário em verso e Rosa
No Fórum, Janete Capiberibe fala do problema dos escalpelamentos na Amazônia
Curta o Congresso em Foco no Facebook
Siga o Congresso em Foco no Twitter
Deixe um comentário