Durante acareação com o ex-diretor de refino e abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na CPI da Petrobras, nesta terça-feira (25), o doleiro Alberto Youssef acusou o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de tentar intimidá-lo.
Ao responder a uma pergunta do deputado João Henrique Holanda (SD-AL) sobre as ameaças que teria sofrido durante as investigações da Operação Lava Jato, o doleiro admitiu que foi intimidado por um integrante da comissão. “Ele está aqui?”, quis saber o deputado. “Está aqui e não está aqui para investigar, mas para fazer intimidações, o que é triste porque eu sou um colaborador e estou aqui para dizer a verdade”, disse Youssef. Em depoimento prestado à Justiça Federal do Paraná, Youssef chegou a afirmar que foi intimidado por um “pau mandado de [Eduardo] Cunha”.
Até então, Youssef não apontou o suposto autor das intimidações, mas foi interrompido por Pansera, que quis saber quem era o autor das ameaças. O doleiro, então, respondeu com dedo em riste. “É o senhor.”
Pansera é autor de requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da ex-mulher e de duas filhas de Youssef. “O senhor sabe que minhas filhas e minha ex-mulher não têm envolvimento em ilegalidades, nunca tiveram contas fantasmas”, ressaltou o doleiro.
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O deputado negou a tentativa de intimidação e se disse ameaçado. “Eu não ando armado, não ando com seguranças e me sinto ameaçado por um bandido”, disse Pansera. “Eu não sou bandido e não estou ameaçando o senhor”, respondeu Youssef.
Essa é a segunda vez que pessoas envolvidas na Lava Jato afirmam que são ameaçados por aliados de Cunha. Em agosto, a advogada Beatriz Catta Preta declarou que foi “perseguida por parlamentares” integrantes da CPI da Petrobras. Depois das ameaças, ela deixou as defesas dos acusados de participação no esquema de corrupção na Petrobras e, em seguida, anunciou o fim da carreira. Segundo a ex-advogada, as intimidações se intensificaram após depoimento do lobista Júlio Camargo segundo o qual o presidente da Casa pediu US$ 5 milhões em propina para facilitar um contrato com a estatal.
Com informações da Agência Câmara
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