Em depoimento ainda em andamento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, o deputado Wanderval Santos (PL-SP) disse que o motorista Célio Marques Siqueira também obedecia a ordens do ex-deputado Carlos Rodrigues (o Bispo Rodrigues), do PL fluminense, que não tinha motorista particular. Por isso, acrescentou, não puniu o motorista quando ele trouxe uma encomenda do Banco Rural que continha dinheiro. “Ele cumpria ordens do ex-deputado Carlos Rodrigues”, afirmou Wanderval.
O deputado do PL paulista responde a processo por quebra de decoro parlamentar por ter sido citado no relatório parcial conjunto das CPIs dos Correios e do Mensalão. Nos documentos enviados pelo Banco Rural às comissões, Célio Marcos Siqueira, assessor de Santos que atuava como motorista, aparece como beneficiário de R$ 150 mil. O dinheiro sacado pelo motorista, segundo o deputado, era para o ex-deputado Rodrigues, coordenador da Igreja Universal na época. Como também é da Universal, Wanderval alega que o motorista não precisava de sua autorização para ir ao banco.
Wanderval prosseguiu em sua defesa alegando que Siqueira fazia vários serviços para Bispo Rodrigues, tais como compras, transporte da filha do ex-deputado à faculdade e busca de pessoas no aeroporto. O deputado observou ao relator de seu processo, Chico Alencar (PSOL-RJ), que todos os deputados da Igreja Universal do Reino de Deus eram subordinados a Rodrigues, que era o coordenador político da igreja. "O mandato não é do parlamentar, é da igreja", resumiu Wanderval Santos. Segundo o deputado, nem mesmo a decisão de trocar o PTB pelo PL partiu dele, e sim das lideranças políticas da Universal.
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O deputado do PL paulista entregou ao presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), os dados relativos aos seus sigilos bancário e telefônico. Wanderval insiste que é inocente, invocando os testemunhos do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza às CPIs. "Marcos Valério afirma não me conhece e que nunca me viu", enfatizou.
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