Desafetos declarados, os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltaram a ser protagonistas de bate-boca acalorado no plenário da Corte, na tarde desta quarta-feira (21). “Me deixa de fora desse seu mal sentimento. Você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”, rebateu Barroso ao ser provocado por Gilmar (veja abaixo).
A frase de Barroso foi uma reação às críticas de Gilmar às decisões do STF, entre elas uma da Primeira Turma, que em 2016 revogou a prisão preventiva de cinco médicos e funcionários de uma clínica de aborto. O voto que resultou na soltura dos investigados foi de Barroso. Gilmar também criticou a decisão do tribunal sobre a proibição de doação empresarial para campanhas.
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“Claro que continua a haver graves problemas. É preciso que a gente denuncie isso! Que a gente anteveja esse tipo de manobra! Porque não se pode fazer isso com o Supremo Tribunal Federal. ‘Ah, agora, eu vou dar uma de esperto e vou conseguir a decisão do aborto, de preferência na turma com três ministros, e aí a gente faz um dois a um’”, declarou Gilmar Mendes, conhecido por suas brigas em plenário com outros membros da Corte.
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Barroso rebateu: “Me deixa de fora desse seu mal sentimento, você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia. Isso não em nada a ver com o que está sendo julgado. É um absurdo vossa excelência vir aqui fazer um comício cheio de ofensas, grosserias. Vossa excelência não consegue articular um argumento, fica procurando, já ofendeu a presidente, já ofendeu o ministro Fux, agora chegou a mim. A vida para vossa excelência é ofender as pessoas, não tem nenhuma ideia, nenhuma, nenhuma, só ofende as pessoas.”
Com o clima acalorado no plenário, Cármen Lúcia anunciou que suspenderia a sessão. Inconformado e querendo responder o colega, Gilmar deu continuidade ao mal-estar: “Presidente, eu estou com a palavra e continuo, presidente. Continuo com a palavra, presidente, eu continuo com a palavra. Presidente, eu vou recomendar ao ministro Barroso que feche seu escritório, feche seu escritório de advocacia”.
No momento da discussão, os ministros do tribunal analisavam a ADI 5.394, ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra dispositivo da Lei das Eleições (9.504/1997) que permite “doações ocultas” a candidatos. uma ação sobre doações eleitorais ocultas.
Assista ao trecho no vídeo abaixo:
Dá-lhe Barroso. É isso aí.
Se a composição da Corte fosse decente sem indicação política, certamente teríamos Justiça. A classe de ladrões com mandato e a juizada vêm demonstrando de forma explícita o conluio no saque aos cofres públicos. A sociedade deve exigir mudanças estruturais na Gestão Pública.
Está claro a posição de cada um. Só não vê quem não quer.
Francamente, a gente fica envergonhado diante de um embate desses, especialmente por causa do pronome de tratamento utilizado entre os “gladiadores” (Vossa Excelência prá cá, Vossa Excelência prá lá). Muito antes, nesses momentos, se tratassem logo por Você e pronto, já que não conseguem manter o decoro. Acho que abusam da Tia Carminha, que é fraca para manter a compostura entre os artistas do teatro (pois aquilo ali é um teatro, convenhamos). É claro que a repercussão se dá por causa das imagens da TV Justiça, coisa que não deveria existir, para não matar a gente de vergonha. Sou de opinião que o acirramento de ânimos deve ser combatido com veemência por quem preside as sessões, mas antes o grande público não tomasse conhecimento disso. É vergonhoso.
Embora não tenha nada a ver com o tema, gostaria de aproveitar o ensejo para dizer que, durante o vídeo desse “embate”, observei que há “meirinhos” com a função de puxar as poltronas para as “excelências” de se levantarem ou se sentarem. É humilhante, para um simples mortal como eu. E quanto ganhará de vencimentos um funcionário desses? Se brincar, igual a um General!
Maldito Gilmar Mendes, boca de caçapa FDP..
O judiciário não é um poder alheio à sociedade. Por mais que os juízes devam decidir tecnicamente, não de acordo com a turba ruidosa, ainda assim a atuação jurisdicional, enquanto serviço público, deve conter um grau mínimo de legitimação social.
Hoje a sociedade não se vê mais representada por Gilmar Mendes, e perdeu a fé em sua capacidade de decidir com isenção, afinal seus arroubos sentimentais são constantes. O mais digno seria que renunciasse.