A Visanet, empresa da qual o Banco do Brasil detém um terço, informou que aguardará o recebimento da notificação judicial em que a DNA Propaganda, do empresário Marcos Valério, cobra uma suposta dívida de R$ 12,9 milhões. Em nota à imprensa, a empresa ressalta que "não tem e nunca teve relação contratual" com a DNA. Segundo a agência de publicidade, as duas instituições não pagaram por serviços feitos por ela.
A Visanet afirmou que todos os pagamentos feitos à empresa de Valério ocorreram mediante autorização do Banco do Brasil. O BB, segundo o esclarecimento, realizou os pagamentos à DNA com recursos de seu fundo de marketing para ações de incentivo de emissão e ativação de cartões de crédito e débito.
A CPI dos Correios identificou que a DNA desviou cerca de R$ 10 milhões de recursos da Visanet, cujo fundo controlador de publicidade cabe ao Banco do Brasil, para abastecer o valerioduto. A auditoria constatou que foram repassados à DNA de Valério R$ 23,2 milhões sem que nenhum serviço tivesse sido prestado pela agência.
O BB não encontrou em seus arquivos nenhuma nota fiscal ou recibo que atestasse a realização de campanhas publicitárias dos cartões de crédito de bandeira Visa, motivo da contratação da DNA. A agência seria, então, devedora e não credora do banco.
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O resultado da auditoria foi o ponto central de um relatório parcial da CPI dos Correios, divulgado pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) em 22 de dezembro. Valendo-se das constatações feitas pelos auditores do BB, Serraglio sustentou que estavam evidenciados os desvios de verbas públicas para o caixa dois do PT.
Por meio de seus advogados, Valério sustenta que tentou entregar ao BB, em 30 de novembro de 2005, documentos que comprovariam a execução dos serviços da agência. Como a Diretoria de Marketing do banco se recusou a receber os papéis, a DNA formalizou uma primeira notificação, ainda em caráter “extrajudicial”, para obrigar o recebimento da documentação, o que foi feito em 20 de dezembro de 2005.
O BB não se manifestou desde então. O que levou a DNA a ajuizar a notificação judicial. Decorridos 30 dias, se não houver o pagamento do suposto débito, a agência de Valério ingressará com a cobrança judicial.
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