O líder do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) na Câmara, Diego Garcia (PR), anunciou há pouco em plenário o desembarque da base aliada do governo Michel Temer. O partido tem sete deputados e é o quarto a abandonar o governo – PSB, PPS e Podemos (ex-PTN), o primeiro a romper com o Planalto, já haviam decidido pela debandada.
O líder do PHS justificou a saída do governo com menção ao fato de que o próprio presidente da República está sob investigação formal no Supremo Tribunal Federal (STF), por corrupção passiva, associação criminosa e obstrução de Justiça. Recentemente, quatro assessores diretos de Temer deixaram o Planalto sob denúncias de corrupção – um deles, Tadeu Filippelli, foi preso. Diversos ministros de Temer também estão no alvo da Justiça, por suspeita de envolvimento na Operação Lava Jato, entre outras questões.
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“A partir deste momento, quando o governo pedir a orientação [de voto] para toda a base, que não conte mais com a bancada do PHS. A bancada do PHS se reuniu e no dia de hoje, em sua maioria, em prol do país e da nossa nação, e entendendo este momento turbulento – que exige uma postura clara da nossa bancada –, e também com o aval da executiva nacional do partido, anuncia a saída da base do governo do presidente Michel Temer”, discursou o líder do PHS, sigla criada em 1995 e definitivamente registrada na Justiça Eleitoral em 20 de março de 1997.
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“Iremos adotar a partir deste momento a postura de independência aqui na Casa. Votaremos aquilo que entendemos ser importante para o país. Também não vamos ter uma atitude irresponsável contra milhares e milhares de brasileiros. Mas não vamos concordar e compactuar com os desmandos que estão acontecendo neste momento, de forma que venha a envergonhar a nossa nação”, acrescentou o deputado.
O anúncio gerou reações opostas em plenário. Tão logo finalizou seu comunicado, Diego Garcia ouviu gritos como “Aproveitador do momento! Aproveitador do momento!” vindos do grupo de deputados governistas.
Por outro lado, ao subir à tribuna, o líder do Psol na Câmara, Glauber Braga (RJ), saudou a atitude do PHS e aproveitou para fustigar os membros da base. “Parabéns, deputado Diego. Quando tem esse tipo de manifestação eles começam a ficar nervosos, agressivos. Quem quiser agressivo, que fique com o barco afundando!”, disse o parlamentar fluminense.
Mas, mesmo com o anúncio oficial de Diego Garcia, uma dissidência foi verificada no PHS: Marcelo Aro (MG), que é diretor de Ética e Transparência da Confederação Brasileira de Futebol. Também da tribuna, o deputado avisou: “Continuo junto, pensando no que é melhor para o país”. Assim, apenas seis votos do partido poderão ser computados contra o governo em votações de plenário, nos termos das orientações de bancada e dos fechamentos de questão – quando, nesse caso, dissidências podem ser punidas até com a expulsão da legenda.
Os deputados do PHS são, além de Diego Garcia e Marcelo Aro, Carlos Andrade (RR), Givaldo Carimbão (AL), Jorge Silva (ES), Marcelo Matos (RJ) e Pastor Eurico (PE).