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Documentos da quebra do sigilo bancário das contas das agências do publicitário Marcos Valério, entregues à CPI dos Correios, comprovam o pagamento de partidos aliados do governo no Congresso Nacional, e reforçam os indícios de existência do mensalão, esquema ilegal de pagamento de mesadas a parlamentares denunciado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). A análise de apenas 20% de toda a movimentação financeira das contas de Valério no Banco Rural atesta que pelo menos 28 pessoas – entre deputados, dirigentes partidários ou assessores do PT, do PP, do PL e do PTB – recebiam dinheiro. Há ainda assessores de ministros do PSDB e do PL entre os beneficiários. A movimentação contabilizada até o momento soma R$ 25 milhões. A CPI dos Correios já detectou, com essa primeira análise dos documentos, dezenas de saques na boca do caixa realizados pelos deputados Carlos Rodrigues (PL-RJ) e Josias Gomes da Silva (PT-BA). Retiraram dinheiro da agência do banco assessores parlamentares ou parentes de outros quatro deputados. São eles: os líderes do PT, Paulo Rocha (PA), e do PP, José Janene (PR); do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) e do deputado Paulo Delgado (PT-MG). Leia também A maior parte dos saques foi feita em períodos não eleitorais e que tiveram intenso troca-troca partidário. Essa constatação enfraquece a tese do publicitário Marcos Valério e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares segundo o qual o dinheiro sacado das contas das agências SMPB e DNA destinava-se ao financiamento de campanhas eleitorais nas campanhas de 2002 e 2004. |
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