ALVARO DIAS (PSDB-PR)
Nascido em Quatá (SP), passou a maior parte da infância na cidade de Maringá, no estado do Paraná (PR). Formou-se em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 1967. Desde então, passou a se envolver com assuntos relacionados à política local.
Começou na vida pública em 1968, quando foi eleito vereador de Londrina (1968-1970) pelo antigo MDB. Acabou indicado para a vice-presidência da Câmara Municipal ainda no início do mandato. Elegeu-se deputado estadual (1971-1975) e deputado federal (1975-1979/1981-1982), lançando-se no cenário da política nacional.
Foi eleito senador nas primeiras eleições após a reabertura democrática, em 1982, concorrendo com um dos mais influentes políticos paranaenses do século passado, o ex-governador Nei Braga. Assumiu em 1983 e foi escolhido vice-líder pelo já então PMDB. Durante o mandato, colaborou na organização do primeiro comício das campanhas das Diretas Já em Curitiba, inaugurando o ciclo de grandes mobilizações no Paraná.
Lançou-se candidato ao governo do estado, em 1986, e foi eleito com 68% dos votos válidos. Em 1988, chegou a ser pré-candidato à Presidência, na convenção que escolheu Ulysses Guimarães como o nome na disputa da primeira eleição presidencial após a ditadura militar, em 1989.
Em virtude de divergências com o comando do partido, Alvaro Dias deixou o PMDB após completar o mandato de governador. Disputou a reeleição, em 1994, filiado ao PP, mas acabou derrotado pelo pedetista Jaimer Lerner, que obteve 2.070.970 votos contra os 1.455.648 de Dias.
Deixou o PP, logo após ser derrotado nas urnas, para ter uma breve passagem pelo PST, partido que ajudou a fundar. Acabou, no entanto, aderindo ao PSDB, ainda em 1994, e passou a ocupar a presidência da Telepar (Telecomunicações do Paraná), onde permaneceu entre 1996 e 1997.
Retornou ao Senado em 1999 e ocupou a presidência da CPI do Futebol. Atuou ainda como membro titular da CPI dos Bingos e dos Correios. Passou a ser considerado um dos parlamentares mais influentes na bancada de oposição, na qual se destaca como um dos críticos mais fervorosos ao governo e ao PT.
Reeleito para o Senado em 2006, seu mandato irá até fevereiro de 2015. Nas eleições deste ano, chegou a ser anunciado como candidato a vice-presidente da República na chapa de José Serra. A forte reação contrária do DEM levou o seu partido a substituir Alvaro Dias pelo deputado Índio da Costa (DEM-RJ).
ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB-AM)
Nasceu em Manaus (AM), em 15 de novembro de 1945. Contou com o respaldo do sobrenome familiar para entrar na política. Seu pai foi senador pelo estado, mas teve o mandato cassado pela ditadura, em 1969. Além dele, seu avô materno ocupou a cadeira de deputado na Assembléia Legislativa do Amazonas.
Formou-se em Direito, em 1964, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É também diplomata, formado pelo Instituto Rio Branco, em 1976.
Exerceu o mandato de deputado federal, inicialmente como filiado ao PMDB, entre 1983 e 1987. Em 1988, surpreendeu ao vencer Gilberto Mestrinho, tradicional político amazonense, na disputa pela prefeitura de Manaus. Eleito pelo PSDB, cumpriu o mandato de prefeito da capital amazonense de 1989 a 1992. Voltou ao Congresso como deputado federal, cargo que ocupou de 1995 a 1999 e, novamente, de 1999 a 2003.
Também foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República (1999-2001) durante o governo Fernando Hernrique Cardoso. Ao final do governo, elegeu-se senador e tornou-se um dos principais líderes da oposição ao presidente Lula.
Líder da bancada do PSDB no Senado, Arthur Virgíliio foi, em 2009, um dos principais opositores do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), diante das denúncias referentes aos atos secretos. Apresentou seis representações contra o peemedebista e seu partido, outras três. Tentou a reeleição em 2010, mas não conseguiu renovar o mandato. Foi o terceiro colocado.
CRISTOVAM BUARQUE (PDT-DF)
Nasceu em fevereiro de 1944 em Recife (PE) e formou-se em Engenharia pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1966. Durante esse período, envolveu-se com a política estudantil, tendo militado na Ação Popular, grupo de esquerda ligado à ala progressista da Igreja Católica. Após o golpe militar de 1964, seguiu para a França, onde obteve uma bolsa de doutorado em Economia, em 1973, para estudar na Universidade de Sorbonne, em Paris.
Em 1974, assumiu a chefia da elaboração de projetos para a América Latina no Banco Mundial (BID). A volta para o Brasil ocorreu somente em 1979, quando começou a dar aulas no Departamento de Economia da Universidade de Brasilia (UnB). Acabou sendo o primeiro reitor eleito pelo voto direto na instituição, em 1985, e manteve-se no cargo até 1989.
Em 1994, foi candidato ao governo do Distrito Federal, pelo PT, vencendo nas urnas o peemedebista Valmir Campelo. Ainda no primeiro ano de governo, criou o programa Bolsa-Escola, que previa um pagamento às famílias pobres para manterem os filhos nas escolas. O programa acabou sendo incorporado em nível nacional pelo governo Fernando Henrique e imitado em vários países. Também criou a campanha educativa no trânsito e conseguiu reduzir em 40% as mortes em acidentes automobilísticos na capital federal, além de transformar Brasília na primeira cidade brasileira em que o motorista respeita a faixa de pedestre.
Na tentativa de reeleição, em 1998, Cristovam acabou amargando a derrota nas urnas para o maior adversário político que enfrentou, o peemedebista Joaquim Roriz.
Em 2003, já eleito senador pelo PT (nas eleições de 2002), Cristovam foi nomeado ministro da Educação do governo Lula. Após um ano na pasta, foi demitido pelo telefone por Lula.
Após cogitar de permanecer no Senado como “independente”, Cristovam decidiu ingressar no PDT. Na verdade, era uma espécie de volta às origens. Antes de se filiar ao PT, Cristovam era ligado ao comandante do PDT, Leonel Brizola. No governo José Sarney, chegou a ser chefe de gabinete de Fernando Lyra no Ministério da Justiça. Lyra foi o candidato a vice-presidente na chapa de Brizola em 1989.
Em 2006, foi candidato a presidente da República, tendo o senador Jefferson Peres (PDT-AM) como vice e uma bandeira quase única: educação pública de qualidade para todos. Cristovam obteve a quarta colocação no primeiro turno, ficando atrás de Lula, Geraldo Alckmin e Heloísa Helena. Recebeu 2.538.834 votos, equivalentes a 2,42% dos votos totais e 2,64% dos votos válidos. Em 2010, foi reeleito senador, obtendo a primeira colocação na disputa ao Senado pelo Distrito Federal.
No Senado, embora com frequência vote junto com o governo (cuja base de apoio o seu partido integra), Cristovam é conhecido pela postura de independência.
DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO)
Nasceu em Anicuns (GO), e foi eleito senador pela primeira vez em 2002 com 1.239.352 votos – seu primeiro cargo eletivo. Formado em Direito, pela Universidade Católica, em Goiânia, é promotor público em Goiás e foi, por duas vezes, procurador-geral de Justiça do estado, além de secretário estadual de Segurança (1999) e presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Justiça do Brasil.
Concorreu ao governo de Goiás, em 2006, mas obteve apenas 3,5% dos votos, ficando em quarto lugar no pleito. No ano passado, sinalizou interesse em disputar novamente o Palácio das Esmeraldas, mas terminou optando pela candidatura à reeleição para o Senado. Foi reeleito em 2010, obtendo a primeira colocação em seu estado.
Demóstenes se destacou ao exigir do seu partido uma posição mais firme em relação à crise do mensalão comandado pelo único governador do partido, José Roberto Arruda (do Distrito Federal). Foi um dos primeiros parlamentares a cobrarem a expulsao de Arruda e do vice-governador Paulo Octávio do DEM após as denúncias.
Atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), é reconhecido por senadores da oposição e do governo pelo dinamismo que imprimiu aos seus trabalhos.
EDUARDO SUPLICY (PT-SP)
Nasceu em São Paulo (SP) em 21 de junho de 1941. Administrador de empresas e economista, foi aprovado em 1966 por concurso para o cargo de professor no Departamento de Economia da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. Mestre e doutor pela Michigan State University (EUA), foi também pesquisador visitante no Food Research Institute, da Stanford University (EUA).
Seu primeiro cargo eletivo foi o de deputado estadual, pelo antigo MDB (1979-1983), cargo para o qual se elegeu com mais de 70 mil votos. Chegou ao Congresso Nacional como deputado federal (1983-1987), já filiado ao Partido dos Trabalhadores, eleito com 83 mil votos.
Em 1989, assumiu o mandato de vereador na Câmara Municipal de São Paulo, tornando-se em seguida presidente da Casa. Em 1985, licenciou-se do cargo para se candidatar à prefeitura de São Paulo. Um ano depois, tentou o governo do estado. Perdeu as duas disputas eleitorais.
A volta ao Congresso ocorreu apenas em 1991, quando Suplicy se tornou o primeiro senador eleito pelo PT, com 4.229.706 votos (30% dos votos válidos). Suplicy foi líder da bancada do PT de 1991 a 1994. Reelegeu-se para o cargo em 1995, quando a bancada era formada já por quatro senadores. Em 1998, foi novamente indicado para líder do partido no Senado, acumulando desta vez também a liderança de todo o bloco de oposição (PT, PDT, PSB e PPS).
Foi reeleito em 1998 para o Senado. Destacou-se pela atuação em CPIs como as do PC Farias e do Orçamento. Em abril de 2007, arrancou risadas dos colegas na Comissão e Constituição e Justiça (CCJ), que discutia o projeto de redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Suplicy usou trechos de um rap para elucidar o voto. Até mesmo o presidente da comissão, senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), não se conteve e caiu na gargalhada (confira o vídeo em que ele relata o episódio).
Parlamentar independente, defendeu o afastamento do presidente José Sarney (PMDB-AP) durante a crise atravessada pelo Senado em razão das denúncias dos atos secretos e outras irregularidades.
Foi o primeiro político de expressão nacional a pregar no país políticas de renda mínima, ou seja, programas capazes de garantir às famílias um valor mínimo para elas darem conta de suas necessidades básicas. O conceito inspirou diversas iniciativas nessa área, como o Bolsa Escola e o Bolsa Família.
FLÁVIO ARNS (PSDB-PR)
Nasceu em Curitiba (PR) e formou-se em Direito pela Universidade Federal do Estado do Paraná (UFPR). Possui Mestrado em Letras, também pela UFPR, e Ph.D em Linguística pela Universidade Northwestern/EUA.
É sobrinho do cardeal emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, e de Zilda Arns, ex-coordenadora da Pastoral da Criança, que morreu no dia 12 de janeiro de 2010, no terremoto que atingiu a capital do Haiti, Porto Príncipe.
Foi apontado por jornalistas que participaram da primeira etapa do Prêmio Congresso em Foco como um dos parlamentares mais atuantes na defesa da educação.
Sua trajetória política iniciou-se em 1991, pelo PSDB, quando foi eleito deputado federal. Em 1994, reelegeu-se com 42.507 votos e, quatro anos depois, foi o sétimo deputado federal mais votado do Estado do Paraná, com 81.725 votos.
Permaneceu no PSDB até 2001, quando foi convidado a ingressar no PT, legenda pela qual se elegeu senador no ano seguinte. Em agosto de 2009, durante a crise do Senado desencadeada pelas denúncias de atos secretos, assumiu uma posição de dissidência com o partido. O principal motivo foi a blindagem imposta pelos petistas ao senador e presidente da Casa José Sarney (PMDB-AP), sufocado por 11 denúncias no Conselho de Ética.
Foi duro nas argumentações durante a sessão que resultou no arquivamento das denúncias contra Sarney. Arns argumentou que o PT estava rompendo definitivamente com as bandeiras do partido ao blindar o senador Sarney e livrá-lo dos processos de investigação e jogando a ética no lixo. Ainda no mesmo dia, anunciou sua saída do partido. Arns retornou, então, ao PSDB.
Este ano, elegeu-se vice-governador do Paraná, na chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB).
JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE)
Nascido em Vicência (PE), mudou-se para Recife aos sete anos de idade acompanhado de seus pais e oito irmãos. Um dos fundadores do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), no qual ingressou em 1966. Jarbas Vasconcelos foi um dos integrantes do chamado grupo autêntico, que reunia os opositores mais ferrenhos do regime militar. Em 1968, formou-se em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, conciliando a advocacia e a política.
Assumiu o primeiro cargo eletivo como deputado estadual (1971-1974). Logo em seguida, um ano depois, foi eleito deputado federal para representar seu estado no Congresso Nacional (1975-1979 e 1983-1987).
Participou ativamente da campanha para as eleições diretas para presidente da República, as Diretas Já, em 1984. Com a derrota da emenda Dante de Oliveira, porém, não concordou com as articulações que levaram Tancredo Neves a concorrer às eleições indiretas em 1985. Jarbas, na ocasião, integrou o Grupo Só Diretas, de peemedebistas que não aceitavam a solução da candidatura de Tancredo no Colégio Eleitoral. No dia das eleições, deputado com voto no Colégio Eleitoral, não compareceu ao Congresso Nacional.
Foi eleito prefeito do Recife, em 1985, nas primeiras eleições diretas para o cargo após o fim do regime militar de 1964. Em 2010, tentou a eleição para o governo do Pernambuco, mas foi derrotado pelo governador Eduardo Campos (PSB). Jarbas tem mais quatro anos de mandato no Senado.
Exerceu o cargo de presidente nacional do PMDB durante as eleições presidenciais de 1989, logo após encerrar o mandato de prefeito. Candidato ao governo do estado em 1990, foi derrotado pelo candidato do PFL Joaquim Francisco, o mesmo que o antecedera na prefeitura e que derrotara seu candidato nas eleições municipais de 1988, quando retornou ao cargo pelo voto popular.
Em 1992, foi eleito para o seu segundo mandato como prefeito de Recife, derrotando nomes como os de Eduardo Campos – neto e herdeiro político de Miguel Arraes – e André de Paula, o candidato oficial do governador Joaquim Francisco. Em 1999, sagra-se vitorioso na disputa para governador, cargo que ocupou por duas vezes consecutivas (1999-2002; 2003-2006).
Após sete anos no comando do estado, renunciou ao mandato em 31 de março de 2006 para disputar uma cadeira no Senado. Passou o governo para Mendonça Filho, que perdeu a reeleição para o então deputado federal Eduardo Campos. Esse fato, bem como a perda da Prefeitura do Recife após as eleições do ano 2000 e a reeleição de Lula em outubro de 2006, colocaram o grupo político de Jarbas Vasconcelos na oposição aos dirigentes de Recife, do estado de Pernambuco e também em relação à Presidência da República. Jarbas é um dos peemedebistas que se alinham com o PSDB. Ele apoiou a candidatura à Presidência de José Serra (PSDB), segundo colocado na disputa presidencial.
MARINA SILVA (PV-AC)
Nasceu em 8 de fevereiro de 1958 no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco (AC). Seus pais, Pedro Augusto e Maria Augusta, tiveram 11 filhos, dos quais sobreviveram oito. Seu primeiro emprego foi de empregada doméstica, já na capital do estado. Alfabetizou-se depois de adulta, e, aos 26 anos, formou-se em História pela Universidade Federal do Acre, em 1985. No mesmo ano, filiou-se ao PT.
Trocou o sonho de ser freira pela militância política, atuando nas comunidades eclesiais de base, ligadas à Igreja Católica. Marina deixou, porém, a religião católica mais tarde para se tornar evangélica, sendo hoje membro da Assembléia de Deus.
Sua vida política está diretamente ligada ao líder ambiental Chico Mendes, como ela também saído dos seringais acreanos. É a partir de Chico Mendes que Marina consolida a sua convicção de possibilidade de aproveitamento da floresta de modo ambientalmente sustentável, sem agressões à natureza. Com Chico Mendes, Marina fundou, em 1984, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre. Em 1985, ambos tentaram, sem sucesso, eleger-se deputados federais.
Com o assassinato de Chico Mendes em 1988, Marina se torna a principal referência do discurso ambiental dos povos da floresta. No mesmo ano, foi eleita vereadora de Rio Branco (AC). Dois anos depois, elegeu-se deputada estadual e, em 1994, aos 38 anos, chegou ao Senado Federal como a mais jovem senadora do país.
Foi secretária nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT entre 1995 e 1997. Tornou-se uma das principais representantes da Amazônia no Congresso, tendo sido responsável por projetos importantes, como o de regulamentação do acesso aos recursos da biodiversidade.
Em 2003, com a eleição de Lula como presidente, foi nomeada ministra do Meio Ambiente. Mas enfrentou conflitos constantes com outros ministros, sobretudo com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, por discordar da visão predominante no governo Lula em relação a temas como transgênicos e liberação de hidrelétricas e outras obras com impacto ambiental.
Ainda assim, Marina manteve-se no cargo durante cinco anos, quatro meses e 13 dias. Apresentou sua carta de renúncia no dia 13 de maio de 2008. Foi substituída por Carlos Minc (PT), um dos fundadores do Partido Verde e eleito seis vezes deputado estadual do Rio de Janeiro.
De volta ao Senado, Marina concentrou-se na defesa da preservação ambiental e do combate ao desmatamento. A diferença entre seus pontos de vista e os do governo quanto às questões ambientais foi tornando Marina cada vez mais independente.
Em agosto de 2009, ela surpreendeu a Lula e ao PT ao anunciar a sua desfiliação do partido, após 30 anos de militância. A decisão teve como pano de fundo, além do desconforto com a legenda, o convite feito pelo Partido Verde para se candidatar a presidente da República. Foi a terceira colocada no primeiro turno, obtendo expressivos quase 20 milhões de votos. A votação obtida por ela superou as projeções feitas pelos institutos de pesquisa e foi um dos principais fatores para a realização de um segundo turno entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
MARISA SERRANO (PSDB-MS)
É a primeira senadora eleita pelo Mato Grosso do Sul. Nasceu em Bela Vista (MS), em 1947. É formada em Letras e Pedagogia pela Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras de Campo Grande e iniciou a carreira política como vereadora de Campo Grande (1977-1982) pela Arena.
Foi depois secretária estadual de Educação (1980-1982) e deputada federal por duas legislaturas (1995-1999 e 1999-2003) pelo PMDB. Na Câmara, presidiu comissão especial sobre autonomia das universidades. Em 2004, foi eleita vice-prefeita de Campo Grande, cargo que vinha exercendo desde 2005.
A defesa da educação e do agronegócio, base da economia sul-matogrossense, são prioridades do seu mandato. Ela também defende a realização das reformas política, tributária e previdenciária.
Foi apontada pelos jornalistas que participaram da primeira fase do Prêmio Congresso em Foco entre os parlamentares que mais atuam na defesa da educação.
Em 2002, concorreu ao governo de Mato Grosso do Sul, sendo derrotada no segundo turno por Zeca do PT. Em 2004, foi eleita vice-prefeita de Campo Grande na chapa encabeçada por Nelson Trad Filho.
Em 2006, licenciou-se da prefeitura para disputar uma vaga no Senado. Eleita senadora, presidiu a CPMI que se apurou o Escândalo dos cartões corporativos. Em 2007, relatou, ao lado do senador Renato Casagrande (PSB-ES), o primeiro processo contra o então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Conselho de Ética. Os relatores recomendaram a cassação do peemedebista, acusado de ter contas pagas por um lobista de uma empreiteira. O relatório, aprovado pelo Conselho, foi derrubado pelo plenário.
PAULO PAIM (PT-RS)
Nasceu em Caxias do Sul (RS) e foi eleito senador em 2002 com 2.102.904 votos (19,07% dos votos válidos). Sindicalista e metalúrgico, tem formação técnica pelo Senai. No Congresso, é reconhecido pela atuação em favor do aumento real do salário mínimo, dos aposentados, da população negra e dos excluídos em geral.
Antes de assumir o mandato de senador, foi deputado federal por seu estado durante quatro legislaturas seguidas (1987-1991; 1991-1995; 1995-1999; 1999-2003). Foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas (1981-1985) e da Central Estadual de Trabalhadores do Rio Grande do Sul (1982-1983). Além disso, secretário-geral e vice-presidente da CUT nacional (1983-1986).
É autor do Estatuto do Idoso, em vigor desde 2003, e dos estatutos da Igualdade Racial e da Pessoa com Deficiência (já aprovados pelo Senado e em tramitação na Câmara). Nos últimos quatro anos, apresentou cerca de 250 proposições no Senado.
Primeiro vice-presidente do Senado entre 2003 e 2005, candidatou-se à reeleição em 2010. Foi reeleito com a maior votação em seu estado.
PEDRO SIMON (PMDB-RS)
Advogado e professor universitário, Pedro Jorge Simon, nascido em 1930, em Caxias do Sul (RS), é um dos mais antigos parlamentares em atividade no Congresso Nacional. Em 2006, foi eleito pela quarta vez para representar o Rio Grande do Sul no Senado Federal.
Foi coordenador nacional do movimento Diretas Já no PMDB e integrou as duas CPIs mais importantes da história do Congresso: a comissão parlamentar mista de inquérito que levou ao impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, e a comissão parlamentar mista de inquérito que desvendou a máfia dos anões do orçamento.
Pedro Simon foi vereador entre 1960 e 1962, deputado estadual no Rio Grande do Sul entre os anos de 1962 e 1978 e governador do Rio Grande do Sul no período de 1987 a 1990.
Durante o governo José Sarney, foi ministro da Agricultura, nos anos de 1985 e 1986, e, já no Senado, foi líder do governo Itamar Franco. Durante os governos FHC e Lula, destacou-se pelo comportamento independente. É um independente, também, em seu partido, no qual se sobressaiu por defender a investigação – ou a punição – dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP) quando eles, no exercício da presidência do Senado, foram acusados de cometer diversas irregularidades.
Tem como principais bandeiras a defesa da ética, o combate à corrupção e de medidas que permitam fazer o Poder Judiciário funcionar de modo mais eficiente.
Foi filiado ao PTB (o antigo partido, antes do regime militar de 1964), MDB e PMDB. O senador tem mais quatro anos de mandato.
RENATO CASAGRANDE (PSB-ES)
Nascido no Espírito Santo, na cidade de Castelo, formou-se em Engenharia Florestal e possui bacharelado em Direito. Envolveu-se com a política no movimento estudantil ainda na Universidade Federal de Viçosa, quando militava no PCdoB. Por sua formação, é um dos senadores com maior atuação na área ambiental. Foi eleito em 2010 governador do Espírito Santo já no primeiro turno.
Assumiu o primeiro cargo eletivo como deputado estadual (1991-1995), já pelo PSB. Antes, havia sido secretário municipal de Obras de Castelo (1984-1987). A experiência adquirida no primeiro mandato parlamentar rendeu a indicação para vice-governador, na chapa encabeçada por Vitor Buaiz, entre 1995 e 1998.
Concluído o mandato de vice, foi secretário estadual de Agricultura (1995-1998) e secretário municipal de Meio Ambiente de Serra (1999-2001). Em 2002, elegeu-se deputado federal, sendo o primeiro líder da bancada do PSB a ser reeleito na Câmara nos exercícios de 2005 e 2006. Destacou-se na Casa como um dos principais líderes da base do governo Lula e também pela autoria do projeto que acabou com o pagamento pelas sessões extraordinárias (jetons) na Câmara dos Deputados .
Em 2006, foi eleito para o seu primeiro mandato como senador. No Senado, foi líder da bancada do PSB, vice-presidente da CPI do Apagão Aéreo e membro da comissão que relatou o processo da primeira denúncia contra o senador Renan Calheiros. Embora muito próximo ao Palácio do Planalto, Casagrande contrariou a vontade do governo para defender a responsabilização de Renan.
Desde 2000, é secretário-geral da Comissão Executiva Nacional do partido do PSB. Antes, foi filiado ao PMDB.
ROSALBA CIARLINI (DEM-RN)
Nascida em Mossoró (RN), em 1952, dedicou a maior parte de sua vida à medicina. Eleita senadora em 2006, deixará o mandato neste fim de ano para assumir o governo do Rio Grande do Norte, cargo para o qual foi eleita em outubro.
A senadora foi apontada pelos jornalistas que participaram da primeira fase do Prêmio Congresso em Foco entre os parlamentares que mais atuaram este ano na defesa da saúde.
Rosalba iniciou sua trajetória na vida pública quando foi convidada a dirigir o maior hospital público de Mossoró. Estreou na política em 1988 quando foi eleita, pela primeira vez, prefeita de sua cidade natal então pelo PDT. Ela voltou a se eleger prefeita outras duas vezes, em 1996 e 2000. Em 1994 concorreu como vice-governadora na chapa encabeçada por Lavoisier Maia Sobrinho, mas a coligação perdeu a disputa, ainda no primeiro turno, para Garibaldi Alves Filho (PMDB).
A senadora é tataraneta de Ana Floriano, umas das líderes do “Motim das Mulheres”, movimento que buscou impedir a ida de maridos e filhos à Guerra do Paraguai (1875). Elas rasgaram os editais de convocação pregados nas portas das igrejas e despedaçaram livros de registro no cartório.
Atualmente ela preside a Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
TIÃO VIANA (PT-AC)
Natural de Rio Branco (AC), formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Pará, em 1986. Um ano depois, concluiu o Curso de Especialização em Medicina Tropical no Núcleo de Medicina Tropical da Universidade de Brasília (UnB). Possui pós-graduação na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro e o título de doutor em Medicina Tropical, com tese aprovada em 2003, no Núcleo de Medicina Tropical da UnB, intitulada “Estudo Soro-Epidemiológico das Hepatites B e Delta na população de doze municípios do Estado do Acre, Brasil”.
Foi apontado pelos jornalistas que participaram da primeira fase do Prêmio Congresso em Foco como um dos parlamentares que mais se destacaram na defesa da saúde.
O envolvimento com a política foi impulsionado pela trajetória de seu irmão, o senador eleito Jorge Viana (PT), que foi governador do Acre por duas vezes. Tião Viana elegeu-se senador pela primeira vez em 1998, cargo para o qual se reelegeu em 2006. Não concluirá o atual mandato porque assumirá o governo do Acre em janeiro, cargo para o qual foi eleito em outubro.
No Senado, sua atuação está voltada principalmente para a área de saúde e a defesa da Amazônia. Foi líder do PT no primeiro ano do primeiro mandato do presidente Lula, em 2003, e membro titular da CPI dos Bingos.
Em 2005, foi o primeiro vice-presidente do Senado, assumindo interinamente a presidência do Senado de 15 de outubro a 11 de dezembro de 2007, quando o então presidente Renan Calheiros afastou-se e em seguida renunciou ao cargo. Uma nova votação elegeu Garibaldi Alves Filho, do PMDB, para comandar o Senado.
Já no segundo biênio, em fevereiro de 2009, candidatou-se à presidência da Casa, concorrendo com o senador José Sarney. Conseguiu o apoio formal de partidos como o PSDB, que fez oposição ao governo Lula. Como principal bandeira de campanha, se apresentou como o candidato à mudança no Senado. Entretanto, foi derrotado por 49 votos a 32.
Texto atualizado às 18h40 de 20nov2010.
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