Em depoimento prestado à Justiça Federal, os sócios-proprietários da Planam Luiz Antônio Vedoin e seu pai, Darci, disseram que o empresário Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde e atual prefeito de Piracicaba (SP) pelo PSDB, Barjas Negri, agilizou a liberação de verbas do Ministério da Saúde para cerca de 50 municípios que compraram ambulâncias superfaturadas.
Segundo a Justiça, a ação de Abel teria provocado rombo de R$ 4 milhões no Tesouro em 2002, último ano do governo Fernando Henrique. Nessa segunda-feira (23), Abel, que é empreiteiro de obras públicas em Piracicaba (SP), negou ter atuado como lobista dos sanguessugas. No depoimento à PF, ele caiu em contradições. Chegou a dizer que não era amigo de Barjas Negri. Os depoimentos dos Vedoin apontam o contrário. Abel tinha livre trânsito no gabinete do ministro.
Segundo os Vedoin, a relação de municípios que Abel apresentou foi preparada ‘em acordo’ com os parlamentares que fizeram as emendas. Ele disse que Abel exigia entre 3% e 6,5% de comissão por negócio realizado. Abel também cobraria 10% sobre novos empenhos que o ministério programava
"Pedi ao Abel que fizesse levantamento dos municípios de Alagoas e Mato Grosso para começar", contou Darci. "A comissão foi paga a Abel, em depósitos e cheques." Darci explicou que "os depósitos eram feitos em nome de terceiros por indicação de Abel". (Tarciso Nascimento)
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