No depoimento que prestou à Polícia Federal no último dia 4, o irmão do presidente Lula Genival Inácio da Silva, o Vavá, admitiu ter se encontrado pelo menos uma vez com um empreiteiro e um agropecuarista que queriam favores de Nilton Cezar Servo, apontado como chefe da máfia dos caça-níqueis desmontada pela Operação Xeque-Mate.
Vavá, contudo, disse "ter feito essas intermediações apenas para ajudar as pessoas, sendo que nunca recebeu dinheiro por isso", registra um trecho da transcrição do depoimento, publicado pelo jornal Folha de S. Paulo.
Sobre o pedido de R$ 2 mil a Servo, registrado em um dos grampos telefônicos feitos pela PF, Vavá reconheceu ter pedido a quantia emprestada ao empresário "uma única vez para pagar uma conta".
Segundo a Folha, no depoimento de cerca de duas horas, o irmão mais velho do presidente Lula contou ter apresentado um fazendeiro paulistano identificado como André a um advogado brasiliense chamado Sílvio – anteontem, o advogado Sílvio Assis reconheceu ser a pessoa que conversa com Vavá em outra ligação interceptada.
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Ele negou, contudo, ter presenciado a conversa entre os dois. André, de acordo com as ligações telefônicas gravadas pela PF, queria reverter uma decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que o condenou a pagar R$ 13 milhões de indenização à Usina Maracaí.
Vavá também disse ter participado de um encontro de um empreiteiro identificado como Acássio com Nilton Cézar Servo. A PF afirma que Acássio pretendia obter contratos em órgãos públicos não especificados. Vavá diz que "nunca solicitou dinheiro ao empreiteiro por motivo nenhum". (Carol Ferrare)
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