O ex-deputado e ex-presidente do PL Valdemar Costa Neto, primeiro a renunciar depois de ter o nome envolvido no escândalo do mensalão – e com isso, resguardar os seus direitos políticos – vai se candidatar a uma nova cadeira na Câmara Federal. Nesta semana, ele licenciou-se da presidência do PL, cargo que ocupava desde 2000, para se dedicar com mais tempo à campanha.
Valdemar renunciou ao mandato de deputado federal, o quarto de sua carreira política, no dia 1º de agosto de 2005. Ele foi acusado pelo também ex-deputado Roberto Jefferson de ser um dos beneficiados do valerioduto. Valdemar confessou haver recebido R$ 6,5 milhões do caixa dois do PT para a campanha de 2002. Entretanto, segundo o empresário Marcos Valério de Souza, o ex-deputado teria recebido R$ 10,8 milhões.
Embora desgastado pelas denúncias de envolvimento no mensalão e pela renúncia do mandato, Valdemar permaneceu à frente do PL. Mas, para a campanha eleitoral, passou o bastão do comando do partido ao ex-ministro dos Transportes e pré-candidato ao senado pelo Amazonas, Alfredo Nascimento.
"O Valdemar não está renunciando ao mandato de presidente, está se licenciando. Esta decisão partiu dele mesmo. O Valdemar quer se dedicar à campanha dele em São Paulo porque esta será uma campanha diferenciada para ele", disse o líder do PL na Câmara, deputado Luciano de Souza Castro (RR).
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Há cerca de duas semanas, Valdemar deu impulso à campanha, agendando uma série de reuniões com lideranças regionais do partido no Estado de São Paulo. No dia 25 de março, o ex-deputado esteve em Sorocaba e em São Paulo, onde se reuniu também com os correligionários da região de Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), seu principal reduto eleitoral. No dia 1° de abril, visitou Campinas e São José dos Campos. E ainda tem encontros marcados em Barretos, Ribeirão Preto, Marília e Araçatuba.
Além de mais tempo para dedicar à campanha, Valdemar pode ter se afastado da presidência, também, para resguardar a imagem da legenda. Os liberais temem que as denúncias contra ele possam atrapalhar o desempenho eleitoral da legenda, que precisa conquistar os 5% de votos previstos pela cláusula de barreira. Mas o líder Luciano Castro negou esta motivação.
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