O empresário Valdebran Padilha, preso por envolvimento no escândalo do dossiê, disse hoje (19) que os quase R$ 2 milhões que seriam pagos pelo material que ligaria o ex-ministro José Serra à máfia das ambulâncias vieram do PT. Após três horas de depoimento na sede da Polícia Federal em Cuiabá (MT), ele não precisou, porém, se os recursos eram todos do cofre do partido.
Valdebran reiterou que o dinheiro seria repassado à família Vedoin, que estaria com dificuldades financeiras, problemas de doença na família e bens bloqueados. O depoente, ligado ao PT de Mato Grosso, foi preso na semana passada em São Paulo junto com o advogado Gedimar Passos.
Na hora da prisão, os dois negociavam a venda do dossiê, segundo a PF. Valdebran representaria os donos da Planam e Gedimar, o PT. Eles estão presos na sede da PF em Cuiabá desde que o escândalo veio à tona, na última sexta-feira (15).
O advogado de Valdebran, Luiz Antonio Lourenço da Silva, disse que o dossiê seria entregue à Justiça, para averiguar a ocorrência de provas contra Serra e o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, e depois ao PT. Questionado se seria entregue ao PT local ou nacional, o advogado não soube responder. "O PT é o PT", afirmou.
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Lourenço afirmou que seu cliente não cometeu crime. No depoimento, segundo o advogado, Valdebran disse que o empresário Luiz Antonio Vedoin, operador da quadrilha dos sanguessugas no Congresso, o procurou para dizer que estava em dificuldades financeiras e que tinha os tais documentos para vender. À PF, Valdebran disse que apenas tentou ajudar a família Vedoin.
O depoente afirmou ainda que o responsável por negociar valores era Gedimar Passos, que atua na área de inteligência da campanha à reeleição do presidente Lula. Valdebran disse que foi escalado apenas para levar o recurso aos Vedoin. Gedimar disse no fim de semana à PF que sua função era apenas verificar a autenticidade dos documentos e entregar o dinheiro.
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