O empresário Valdebran Padilha desmentiu, durante seu depoimento agora há pouco na CPMI das Sanguessugas, as versões dos petistas Expedito Veloso e Jorge Lorenzetti e Hamilton Lacerda, todos acusados de envolvimento na compra do dossiê contra políticos tucanos.
Padilha disse ter conversado várias vezes com Veloso sobre o preço final para venda das informações, que no início das negociações começaram no patamar de R$ 20 milhões por exigência da família Vedoin e acabaram sendo fechados por R$ 2 milhões.
Expedito Veloso, ex-diretor de Gestão de Riscos do Banco do Brasil e integrante da campanha de Lula, negou que ter negociado valores mesmo admitindo que estava na busca do dossiê comprometendo os candidatos do PSDB, especialmente o candidato ao governo de São Paulo, José Serra. "Vai falar com eles (a família Vedoin)", disse ter dito Padilha quando a Veloso reclamou do preço alto no início das conversas com os operadores da máfia das ambulâncias.
Valdebran Padilha também revelou ter falado por telefone com Jorge Lorenzetti antes de ser preso no dia 15 de setembro, em um hotel em São Paulo, junto com Gedimar Passos, outro integrante da campanha do presidente Lula. Segundo Padilha, a conversa foi feita por meio do telefone celular de Passos um dia antes da prisão, 14 de setembro.
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Do outro lado da linha, Lorenzetti, conhecido como o churrasqueiro preferido do presidente Lula, teria dito para o empresário que parte da negociação já estava concluída, considerando que Luiz Antônio e Darci Vedoin já estavam concedendo entrevista exclusiva à revista Istoé. Padilha disse que o R$ 1 milhão, entregue para ele por Gedimar Passos, serviu apenas para garantir a entrevista. As informações incluíram, pela primeira vez, o empresário Abel Pereira no caso e suas relações com o ex-ministro da Saúde, Barjas Negri (PSDB). Lorenzetti, assim como Veloso, negaram ter mencionado valores nas negociações com os Vedoin.
Para fechar o acordo e receber o dossiê, os "aloprados", deveriam entregar mais R$ 1 milhão para Valdebran Padilha. O dinheiro, segundo o empresário, chegou na pasta carregada por Hamilton Lacerda, então assessor do senador Aloísio Mercadante (PT-SP). Caso a segunda parte do acordo fosse frustrada, disse Padilha, Expedito Veloso acionaria um "plano B".
A alternativa, segundo a versão do empresário, era entregar à imprensa, sem nenhum pagamento, anotações feitas por Veloso durante as conversas com a família Vedoin. Valdebran Padilha também confirmou, como já tinha feito em depoimento à Polífica Federal, que a pasta recebida por ele com os dólares era igual a carregada por Lacerda e filmada pelo circuito interno de TV do hotel onde ele foi preso junto com Gedimar Passos. (Lúcio Lambranho)
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