Paulo Foletto *
Desde 2005 tramita, na Câmara Federal, o Projeto de Lei (PL) 5353/05, oriundo do Senado, que cria a Universidade Federal do Norte do Espírito Santo (Ufenes). A instituição que nascerá a partir do desmembramento da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que mantém o Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes) na região.
Os cursos do Ceunes se destacam nas avaliações realizadas pelo Ministério da Educação, o que demonstra o potencial da instituição. No entanto, para atender melhor a sua clientela, o Centro necessita expandir, o que será possível com a autonomia universitária.
A área de abrangência da Ufenes atenderá cerca de 75 municípios do Norte do Espírito Santo e estados vizinhos, como Sul da Bahia e Nordeste de Minas Gerais, onde vive uma população estimada em 3 milhões de habitantes.
A economia dessa área se concentra na agricultura, extração e beneficiamento rochas ornamentais, petróleo e gás, produção de álcool e outros setores em franco desenvolvimento. O crescimento da região litorânea do Norte capixaba, sobretudo estimulado pela produção petrolífera, tem atraído novos investimentos com a instalação de grandes indústrias e novos serviços.
Leia também
Contudo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos polos da região de abrangência da nova universidade está bem abaixo da média nacional. A criação da instituição de ensino superior proporcionará à população local, em diferentes setores, o aumento do nível cultural regional.
O ponto central será valorizar a magnífica diversidade regional do Brasil. Diversidade essa capaz de servir de base a um desenvolvimento inclusivo e sustentável, em prol de uma sociedade mais justa. Devemos propor uma universidade que tenha características inerentes a este tipo de instituição, mas, sobretudo, que tenha compromisso com o desenvolvimento regional e atenda critérios específicos para a reparação de injustiças históricas, de muitas décadas, que isolaram os cidadãos do acesso à educação e ao conhecimento.
Tal movimento encontra-se em conformidade com a política de distribuição de renda e erradicação da pobreza do governo federal, que deve ser maciço, inclusivo e sistemático, para que os jovens e trabalhadores de todos os recantos do país possam ser beneficiados.
Portanto, já passou da hora! O Espírito Santo possui apenas uma universidade federal, e embora o estado seja geograficamente pequeno, ocupa importante posição no cenário econômico e social do país. É uma necessidade mais que justa.
* Médico, que exerce pela primeira vez o mandato de deputado federal, Paulo Foletto (PSB-ES) é o coordenador da bancada federal do Espírito Santo no Congresso Nacional.
Deixe um comentário