O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, contestou ontem (29) a proposta que o Movimento dos Sem-Terra (MST) para que dê status de ministério ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e acabe com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O ruralista disse ao jornal O Estado de S.Paulo que "o desejo do MST e de seus aliados na Igreja é aprofundar a ideologização da reforma agrária no País.”
Segundo Nabhan, o ideal seria extinguir o MDA e subordinar o Incra ao Ministério da Agricultura. “Enquanto o controle da questão agrária estiver com o Incra, irão prevalecer critérios políticos e não técnicos. No Incra a reforma é 100% ideológica e não vai terminar nunca.”
Na pasta da Agricultura, de acordo com Nabhan, prevaleceriam aspectos técnicos: “É lá que estão os especialistas que entendem de desenvolvimento agrícola e colonização agrária. A reforma tem que ser tratada de forma técnica, como acontece com a Embrapa, uma instituição que sempre deu certo.”
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Na mesma reportagem, o deputado estadual e coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), frei Sérgio Görgen (PT), apoiou a proposta do MST. “Para resolvermos o impasse da questão fundiária no País precisamos de uma instituição especializada e forte”, disse, referindo-se ao Incra.
Para o representante do MPA, diz o texto, é preciso diferenciar interesses dos pequenos agricultores, que já estão na terra, dos daqueles que ainda lutam por um lote. O Desenvolvimento Agrário vem tentando unir as duas questões, segundo Görgen, sem sucesso.
Görgen rejeita, segundo a entrevista, que qualquer proposta de devolver a questão da agricultura familiar à Agricultura: “Não sei qual seria o novo desenho administrativo, mas sei que o Ministério da Agricultura não se interessa pelos pequenos.”
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