Terminou em tumulto a reunião feita no Senado para a aprovação do relatório final da CPI da Terra, nesta terça-feira. Depois da rejeição do texto do relator, deputado João Alfredo (PSOL-CE), e da aprovação do relatório paralelo do deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), parlamentares que eram favoráveis ao texto original manifestaram sua indignação de forma agressiva.
A apresentação dos relatórios foi o reflexo claro da briga entre o Movimento dos Sem-Terra (MST) e a União Democrática Ruralista (UDR) O relatório de João Alfredo pedia o indiciamento de proprietários rurais, acusados de mandar matar agricultores integrantes do MST. Já o relatório de Lupion excluía os nomes dos proprietários rurais, e sugeriu o indiciamento de cinco líderes do MST, classificando a ocupação de terras como crime hediondo e ato terrorista.
Em protesto, os parlamentares da bancada governista esvaziaram a reunião para evitar a votação do texto de Lupion. Mesmo assim, o quorum foi suficiente para aprovar o documento por 12 votos a 1. Revoltada, a senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) entrou na sala e rasgou o texto aprovado. Aos berros, disse que não seria cúmplice de "assassinato de trabalhadores rurais". O deputado João Alfredo ficou irritado com a derrubada de seu relatório e fez duras críticas ao texto de Lupion. "Esse relatório é uma excrescência. É conivente com a violência no campo, com os grandes latifundiários e com os assassinatos de trabalhadores rurais", protestou.
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