Há pelo menos um mês, a ala chamada “cabeças pretas” do PSDB defende que a sigla abandone a base governista. A decisão foi, naquele momento, adiada para um “fato novo”. No início de junho, época da primeira reunião, a denúncia contra Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por corrupção passiva, ainda não tinha sido apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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Segundo os blogs dos jornalistas Gerson Camarotti e Andréia Sadi, Temer se movimentou no fim de semana para tentar uma reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sem sucesso, resolveu telefonar a FHC. A pauta foi uma só: tentar evitar o desembarque tucano. FHC já defendeu publicamente que Temer renuncie e convoque novas eleições.
Alegando não ter espaço na agenda, o ex-presidente tucano não encontrará Temer. Ele deve, no entanto, participar da reunião de caciques do PSDB marcada para o início da noite desta segunda-feira (10), em São Paulo. Depois, FHC passará três semanas no exterior. A reunião da executiva peessedebista está marcada para as 19h, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Neste domingo (9), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que não “vê razão” para a permanência do partido na base governista após definição sobre as reformas trabalhista e previdenciária. A primeira será votada nesta terça-feira (11) no Senado, enquanto a segunda está emperrada na Câmara, aguardando arrefecimento da crise política.
O assunto de mais essa reunião deve ser o desembarque do governo. O prefeito da capital paulista, João Dória, endossou o discurso do governador do estado de que é necessário que o partido se comprometa “com o Brasil, e não com o governo”, priorizando a continuidade das reformas independentemente de integrar a base de Temer ou não.
Contra o desembarque, Marconi Perillo, governador do Goiás também participará da reunião. Ele afirmou à Folha de S. Paulo que o PSDB não deveria estar no centro de uma crise que não é do partido. Para Perillo, um desembarque significaria ainda mais dificuldades para aprovar as reformas trabalhista e previdenciária. “Sem elas, o país vai quebrar e aí nós também vamos quebrar”, disse o governador goiano, afirmando que o partido deveria liberar a bancada para que cada parlamentar votasse de acordo com sua consciência. Acompanham o pensamento de Perillo o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja e o senador Paulo Bauer (SC).
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