Reportagem da Folha de S.Paulo de hoje revela que dois tucanos mineiros – o secretário de Estado de Governo de Minas Gerais, Danilo de Castro, e o presidente da Assembléia Legislativa mineira, deputado Mauri Torres – foram avalistas de empréstimo de R$ 700 mil que a agência SMP&B tomou no Banco Rural em novembro de 2004, logo após as eleições municipais.
Na época, a SMP&B estava sob o comando do empresário Marcos Valério de Souza, que assumiu em depoimentos ao Ministério Público, à Polícia Federal e à CPI dos Correios ter contraído empréstimos para financiar campanhas políticas.
Castro e Torres, que fazem parceria em campanhas para deputado federal e estadual, são aliados do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). O secretário disse à Folha, por meio de sua assessoria, ter avalizado o empréstimo a pedido do deputado Mauri Torres, que “queria ajudar” o “amigo” Ramon Cardoso, sócio da SMP&B.
O deputado confirmou essa versão à Folha, também por meio de sua assessoria. Marcos Valério disse, segundo sua assessoria, que só voltará a falar com a imprensa após a conclusão da CPI.
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Em 2002, além de ser um dos coordenadores da campanha de Aécio, Castro elegeu-se deputado federal pela terceira vez. Licenciou-se do cargo para assumir a Secretaria de Estado de Governo.
Ao Tribunal Regional Eleitoral declarou ter recebido R$ 577,71 mil em contribuições em 2002. O Rural foi o segundo maior doador – R$ 150 mil, ou 17% do total.
Reeleito deputado estadual em 2002, no ano seguinte Torres assumiu a presidência da Assembléia Legislativa de Minas. Em 2005, foi reconduzido ao cargo.
Os dados do empréstimo constam do depoimento da presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, à PF. No documento enviado à CPI, ela disse não se lembrar da transação. Em 2005, os tucanos saíram do negócio, e o banco rolou a dívida. O empréstimo foi quitado no mesmo ano, com recursos de investimentos que as empresas de Valério tinham no Rural.
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