O líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Junior (BA), surpreendeu o candidato à Presidência Geraldo Alckmin ao pedir ao tucano que apóie o governo petista de Jaques Wagner na Bahia, caso vença a eleição. Os tucanos baianos temem que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), aliado de Alckmin, prejudique o desempenho de Jaques, que, no domingo, derrotou o governador Paulo Souto, quebrando uma hegemonia de 16 anos do PFL na Bahia.
"Estamos muito felizes com a vitória de Jaques Wagner na Bahia, derrotamos o carlismo, essa força do atraso. Estou dizendo isso de forma pública, não para constrangê-lo", disse Jutahy, dirigindo-se a Alckmin, momentos antes de o tucano se reunir com o grupo de ACM.
O deputado deu um recado direto ao candidato a presidente: "Se aqui na Bahia passar a idéia de que sua vitória é a tábua de salvação do carlismo, sua derrota será imensa". Os tucanos não tiveram candidato a governador na Bahia para não prejudicar a campanha ao Palácio do Planalto. Jutahy, porém, não votou em Paulo Souto, mas em Jaques Wagner.
"Vou pedir duas coisas para você. A primeira é que ganhe as eleições. E a segunda é que assuma publicamente o compromisso de ajudar o governador eleito Jaques Wagner a fazer um ótimo governo", insistiu Jutahy.
Leia também
Na Bahia, Alckmin sofreu uma de suas piores derrotas para Lula. Recebeu 26,03% dos votos válidos no quarto maior colégio eleitoral do país, contra 66,65% do petista.
Com o semblante fechado, depois de ouvir o discurso do líder do PSDB na Câmara, Alckmin prometeu ajuda a Wagner.
"Eu sou diferente do Lula, não vou virar as costas para o estado. Gosto do Paulo Souto, quero dizer que ele foi perseguido pelo presidente. Nós vamos investir na Bahia, o quarto maior colégio eleitoral, de mãos dadas, seremos parceiros do governador eleito pelo povo baiano, o companheiro Jaques Wagner", disse Alckmin.
Em seguida, o tucano se encontrou com cerca de 400 pefelistas, entre eles ACM e Souto. O tucano prometeu "reestatizar o que o PT privatizou para o PT", acusando o partido de "aparelhar" o Estado.
Deixe um comentário