O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) denunciou hoje (26) a prática de lavagem de dinheiro nas loterias da Caixa Econômica Federal (CEF). “Todos nós nos lembramos do fenômeno João Alves. Quando apanhado, na CPI do Orçamento, com uma fortuna não justificada em suas contas bancárias, ele declarou que ganhara inúmeras vezes na loteria. Pois ele fez escola! Os alunos o superaram, porque há aqueles que ganham muito mais do que ganhou João Alves nos áureos tempos”, disse.
Conforme explicou a assessoria do senador tucano, as fraudes podem chegar a R$ 32 milhões. Álvaro Dias afirma se basear em um relatório sigiloso do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda.
A assessoria do Coaf não confirmou a existência do documento e afirmou que o órgão só irá se pronunciar sobre o assunto amanhã (27). A CEF informou que irá divulgar nota sobre a denúncia.
Segundo o parlamentar paranaense, as fraudes ocorreram entre 1998 e 2006 e envolveram 75 pessoas, entre eles alguns servidores da CEF. O esquema consistiria na troca do pagamento de bilhetes premiados.
Leia também
“Funcionários da Caixa seriam intermediários do esquema, avisando os interessados em lavar dinheiro sobre ganhadores que comparecem às agências para sacar prêmios. Os criminosos depositam o valor do prêmio, que é sacado pelo vencedor da loteria sem que seja dada baixa no sistema. O sistema de loterias só é informado quando o fraudador faz o saque, como se fosse ele o verdadeiro ganhador”, explica a reportagem do portal G1.
Um dos mecanismos usados seria a compra de bilhetes premiados dos reais vencedores. "Todos nos lembramos do fenômeno João Alves. Quando apanhado na CPI do Orçamento com uma fortuna não justificada em suas contas bancárias, ele declarou que ganhara inúmeras vezes na loteria. Pois ele fez escola", afirmou Dias.
Há caso, segundo o senador, de uma pessoa que ganhou 525 vezes na loteria, totalizando R$ 3,8 milhões. O tucano declarou que apresentará requerimentos ao Ministério da Fazenda, pedindo informações sobre o caso, e ao Tribunal de Contas da União (TCU), solicitando uma auditoria no sistema de pagamento de Loterias.
Temer recebe apoio do PMDB do Rio
O deputado Michel Temer (SP), presidente nacional do PMDB e candidato à reeleição, recebeu hoje (26) o apoio da maior parte dos delegados do partido do Rio de Janeiro. A convenção nacional da sigla, que vai escolher o novo presidente do partido, ocorrerá no próximo dia 11 de março.
Conforme reportagem da Agência Estado, o presidente do PMDB do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, conduziu o ato de apoio a Temer, que recebeu um documento com a assinatura de 66 dos 77 convencionais fluminenses (com direito a voto na convenção) e outro assinado pela bancada federal do PMDB do Rio.
Garotinho elogiou o outro candidato à presidência do partido, Nelson Jobim, mas reafirmou seu apoio a Temer. O peemedebista fluminense acusou os correligionários que apóiam Jobim de serem, em sua maioria, formada por contrários à candidatura própria à Presidência da República em 2006.
"Queremos unidade com independência. E não unidade com serviência", disse. "Aprendi que existem fundadores de partidos e ‘afundadores’ de partidos", afirmou, pouco depois do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), ter lembrado sua condição de peemedebista histórico.
Cabral, que apóia a candidatura de Nelson Jobim à presidência do partido, também compareceu ao ato. Ao chegar, Cabral afirmou que foi "dar um abraço” em Temer.
Jobim critica Temer e prega a “modernização” do PMDB
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, candidato à presidência do PMDB criticou hoje (26) o seu adversário na disputa, o deputado Michel Temer (SP). O parlamentar é atual presidente da legenda. Jobim afirmou que o partido está parado há cinco anos e pregou a modernização da sigla.
"Espero encontrar o partido no voto no dia 11 para a modernização. Vamos à tentativa de demonstração do futuro e não ao prosseguimento de cinco anos de paralisação", disse Jobim, em encontro promovido pelo governador do Rio, Sérgio Cabral Filho.
Conforme reportagem da Agência Reuters, Jobim afirmou que durante o período em que Temer esteve na presidência do PMDB, o partido não construiu um objetivo nacional. Para o ex-ministro do STF, a sigla continuou sendo uma confederação de partidos regionais.
"Quero buscar a unidade do partido através de programas que tenham conseqüências, de desenhos que não sejam retóricas, mas que sejam efetivamente ações políticas que resolvam problemas imediatos do país", afirmou.
"Não encontramos bandeira alguma desde 1989. Ficamos circulando nacionalmente sob o comando de naves alheias. Creio que o momento é de termos de novo a nossa bandeira", disse Jobim, referindo-se ao fato de o PMDB não ter tido candidato próprio à presidência nas três últimas eleições.
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho interrompeu o discurso de Jobim e defendeu a reeleição de Michel Temer. Garotinho ressaltou que os senadores peemedebistas Renan Calheiros e José Sarney apóiam a candidatura de Jobim à presidência do PMDB.
"Gostei muito do seu discurso. Se não fosse vacinado até votaria no senhor, mas aqueles que estão com a candidatura do senhor são os que não queriam projeto e a democratização do PMDB. O seu discurso é empolgante mas ainda sou adepto do ditado ‘diga-me com que anda que te direis quem és"’, ironizou Garotinho.
Cabral quer candidato único para presidência do PMDB
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), defendeu hoje (26) que a legenda apresente uma candidatura única para a presidência do partido. O cargo está sendo cobiçado pelo atual presidente da sigla, deputado Michel Temer (SP), e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim.
“Temos certeza que vamos encontrar uma solução de unidade. Chega de briga. Temos que buscar a unidade de um partido unido e que sai fortalecido”, ressaltou. Cabral também afirmou ao site Folha Online que os dois candidatos têm potencial, mas admitiu a preferência por Jobim.
Leia também
Grupo quer adiar votação da redução da maioridade
Um grupo formado por parlamentares e representantes de entidades de defesa dos direitos das crianças pediu hoje (26) ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que ele tente convencer o presidente da CCJ, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), a adiar a votação da emenda constitucional que trata da redução da maioridade penal.
Renan não se comprometeu a convencer o senador baiano, que já afirmou que a matéria será votada invariavelmente nesta quarta. O peemedebista, que é contra a redução da maioridade, declarou ao portal G1 que vai procurar dialogar com ACM.
As deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Rita Camata (PMDB-ES) e a senadora Patricia Saboya (PSB-CE) lideram o grupo que quer adiar a votação da matéria. "O símbolo da aprovação pela CCJ é ruim. Precisamos tentar adiar", disse a deputada petista. "Precisamos pressionar", ressaltou. "Não é o momento para aprovar isso. A gente precisa de mais tempo para discutir", disse Patricia Saboya.
As parlamentares, que fazem parte de uma Frente Parlamentar pelos Direitos da Criança e do Adolescente, reuniram-se hoje (26) com integrantes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e do Fórum Nacional em Defesa da Criança e do Adolescente.
Deixe um comentário