Na rápida sessão administrativa encerrada há pouco no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os ministros da corte aprovaram o envio de tropas federais para garantir a segurança durante o processo eleitoral em mais 24 municípios brasileiros, distribuídos em seis estados.

Agora, são 281 municípios que contam com algum tipo de aparato policial, com o objetivo de coibir a ação de grupos criminosos que intimidam candidatos “indesejados” e coagem eleitores a votar em nomes alinhados à criminalidade. São os chamados “currais eleitorais”, que tiveram como exemplo inicial neste ano as favelas e comunidades carentes do Rio de Janeiro, epicentros da ação de milícias e narcotraficantes.

Os estados com maior número de municípios contemplados são os seguintes: Alagoas, com oito municípios (São José de Tapera; Senador Rui Palmeira; Novo Lino; Chã Preta; Mar Vermelho; Piranhas; Murici; e Atalaia); e Sergipe, com cinco (Tobias Barreto, Carira, Aquidabã, Ilha das Flores e São Cristóvão).

Em seguida vêm Maranhão, com quatro (Bacabal; Bom Lugar; Lago Verde; e Lago Açu); Mato Grosso do Sul, também com quatro cidades (Aquidauana; Miranda; Bela Vista; e Dourados); e Paraíba, com apenas dois municípios (Campina Grande e Araruna).

Já a capital piauiense Teresina foi a primeira localidade do estado a ter atendido o pedido de envio das Forças Armadas. Todas as solicitações de reforço na segurança durante o pleito de outubro foram feitas pela Justiça Eleitoral dos próprios municípios.

Pauta internacional

O tema da segurança durante a campanha eleitoral ganhou força depois de que investigações de órgãos de segurança pública do Rio de Janeiro descobriram que milícias e traficantes estariam coagindo eleitores a votar nos candidatos "eleitos" pela criminalidade. Além disso, os grupos criminosos estariam intimidando e ameaçando candidatos que se aventuravam em campanhas nas comunidades dominadas pela criminalidade.

No último dia 12, o tema da violência eleitoral ganhou espaço nas pautas de veículos de comunicação internacionais. Os jornais Diário de Notícias, de Portugal, e La Nacion, da Argentina, noticiaram principalmente a situação no Rio (leia aqui).

Segundo o TSE, além do Rio de Janeiro, 16 estados já protocolaram na corte pedido de reforço das tropas federais. São eles: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins.

O maior número de cidades atendidas pelas tropas federais está no Pará: 107. Em seguida está o Rio Grande do Norte, com 94 municípios ocupados, e o Amazonas, com 36. (Fábio Góis)