O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, na sessão administrativa de hoje à noite, retirar as forças federais que atuaram por mais de um mês na Operação Guanabara, no Rio de Janeiro. O ato referendou a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), que havia discutido na tarde desta terça-feira (7) a continuidade das tropas na cidade.
Segundo o presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, a retirada das tropas se deve ao fato de que, a partir de agora, a eleição só continua para os cargos majoritários. O envio do Exército para o Rio ocorreu por conta da influência que traficantes de drogas e milicianos poderiam ter no pleito municipal. "Essa disputa [a proporcional] envolvia segmentos que nós notoriamente sabíamos, como traficantes e milicianos, que poderiam influenciar na eleição", afirmou Ayres Britto.
Ayres Britto manteve contato durante todo o dia com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e com o presidente do TRE-RJ, desembargador Alberto Motta Moraes. Os três consideraram que a missão do Exército na cidade já havia sido cumprida e que as tropas poderiam ser retiradas. À tarde, o presidente do TRE-RJ enviou um ofício ao TSE pedindo a retirada das tropas.
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Até domingo, a manutenção dos militares custou aos cofres do TSE aproximadamente R$ 32 milhões. Mas esse número pode aumentar a qualquer momento. Mesmo com a retirada imediata das tropas, elas ficarão de sobreaviso. Segundo Ayres Britto, a situação no Estado será monitorada. Caso haja necessidade, o Exército volta. "Tudo isso vai acontecer sem prejuízo de uma convocação à qualquer momento", disse o presidente do TSE.
Durante a sessão administrativa, Ayres Britto fez um balanço da atuação das tropas federais no Rio. Segundo ele, o Exército, que coordenou o trabalho junto com as polícias Federal, Militar e Civil, levaram o Estado a experimentar "um momento de normalidade" nas eleições. "A maneira como tudo transcorreu só confirmou o acerto do TSE quando deliberou pela interferência no processo eleitoral fluminense", opinou.
Em entrevista coletiva na tarde de ontem (6), O presidente do TRE-RJ disse que um dos grandes problemas das eleições deste ano foi a boca-de-urna. Entretanto, segundo o desembargador, foi constatado que 90% da propaganda política era de vereadores. Dessa forma, ele acredita que não ocorra problemas no segundo turno, já que só envolve os candidatos majoritários. (Mário Coelho)
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