A ONG Transparência Brasil divulgou nota hoje em que rebate as críticas do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), em relação a um estudo da Transparência (realizado em junho deste ano) que compara os gastos do Parlamento brasileiro com parlamentos de outros países.
Na abertura do 4º Congresso Internacional de Gestão do Conhecimento na Esfera Pública (Congep), o presidente da Câmara classificou o levantamento de “fajuto” e sem “caráter científico”. (leia mais)
Para a ONG, os comentários de Chinaglia são “requentados”, uma vez que o petista fez o mesmo comentário há duas semanas, “mas ninguém prestou a menor atenção no sr. Chinaglia”.
“Se o sr. Chinaglia acredita realmente que o estudo da Transparência Brasil tem erros metodológicos, como afirma, ele que encomende a alguém, entre as várias dezenas de assessores sob suas ordens, a produção de um estudo que contradiga plausivelmente os números da entidade. Xingar não basta”, diz a nota da ONG.
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“Já que o presidente da Câmara demonstra escorreita facilidade em fazer declarações despropositadas sobre fatos que poderia facilmente constatar, fica-se imaginando que essa seja a forma habitual com que conduz os trabalhos da Casa. Pobre Câmara”, finaliza o documento da Transparência. (Rodolfo Torres)
Confira a íntegra da nota da Transparência Brasil
"Talvez preocupado com a contínua concentração dos holofotes sobre o Senado Federal, o sr. Arlindo Chinaglia, presidente da Câmara dos Deputados, saiu-se hoje (11/12) com comentários requentados a respeito de levantamento da Transparência Brasil que aponta os altíssimos custos das Casas legislativas brasileiras em comparação com os parlamentos de diversos países.
Comentários requentados porque o sr. Chinaglia já havia, um par de semanas antes, procurado chamar a atenção usando o mesmo tema ao pegar uma carona em observações então feitas pelo presidente em exercício do Senado, Tião Viana, por sua vez engendradas meses atrás pela diretoria do Senado. O resultado foi que, há duas semanas, ninguém prestou a menor atenção no sr. Chinaglia.
Talvez imaginando que uma retórica salpicada de falsa indignação conseguisse contrapor-se a dados objetivos, o presidente da Câmara retoma os frágeis protestos anteriormente formulados pelo sr. Viana.
Se o sr. Chinaglia acredita realmente que o estudo da Transparência Brasil tem erros metodológicos, como afirma, ele que encomende a alguém, entre as várias dezenas de assessores sob suas ordens, a produção de um estudo que contradiga plausivelmente os números da entidade. Xingar não basta.
Entre os impropérios de que se vale para despertar alguma atenção, o sr. Chinaglia afirma que o dinheiro para o funcionamento da Transparência Brasil teria origem desconhecida. Aconselhamos o presidente da Câmara a informar-se melhor antes de declarar esse tipo de coisa. As finanças da Transparência Brasil sempre estiveram publicadas na Internet.
Já que o presidente da Câmara demonstra escorreita facilidade em fazer declarações despropositadas sobre fatos que poderia facilmente constatar, fica-se imaginando que essa seja a forma habitual com que conduz os trabalhos da Casa. Pobre Câmara.
Claudio Weber Abramo
Diretor executivo/Executive Director
Transparência Brasil"
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