Questionado pelo líder da oposição na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), por que "deu um conselho para um ministro que estava num crime", o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, respondeu que não via, naquele momento, "erro" ao indicar o advogado Arnaldo Malheiros a Antonio Palocci. "Tá bom, eu ia fazer o quê?"
Embora naquela época houvesse "suspeitas" sobre a participação de Antonio Palocci, o ministro da Justiça disse que seria difícil deixar de aconselhá-lo. "O papel do ministro é trabalhar com fatos", rebateu.
O ministro da Justiça contou que, no dia 21 de março, recebeu um telefonema de Palocci, que lhe pediu uma indicação. Citou, na ocasião, o nome de Arnaldo Malheiros. Dois dias depois, Thomaz Bastos foi à casa do então titular da Fazenda e apresentou pessoalmente Malheiros a Palocci. O acerto para Palocci ser cliente de Malheiros, entretanto, não prosperou.
De acordo com o ministro, naquela altura das investigações da Polícia Federal não havia "o nexo causal" que pudesse incriminar Palocci. Segundo o ministro, as apurações só apontaram para a responsabilidade do ex-titular da Fazenda e do então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, no final de semana seguinte. Palocci e Mattoso deixaram o governo na segunda-feira, dia 27.
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"Eu sou amigo do ministro Palocci, sou amigo do Mattoso, mas a PF os investigou", afirmou. "Agora, eles vão exercer seu direito de defesa, que não foi arquitetado por mim", completou, ao ressaltar que já sugeriu nomes de advogados a "muitas outras pessoas, não necessariamente ou só ministros".
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