Parecia campanha eleitoral. Na manhã de hoje (4), na entrada do Congresso Nacional, cerca de 400 servidores do Senado, muitos com uniformes de empresas terceirizadas, entoavam coro de apoio ao ex-diretor geral da Casa Agaciel Maia. Ele deixou o cargo ontem, após denúncias de má-gestão. Agaciel administrava um orçamento de aproximadamente R$ 2,7 bilhões.
Os funcionários gritavam seu apoio ao ex-diretor geral que tem a evolução patrimonial questionada por parlamentares e, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, omitiu da Justiça a propriedade de uma casa no Lago Sul – bairro nobre de Brasília – com valor estimado em R$ 5 milhões.
Como todo bom candidato, Agaciel discursou para a multidão que o acompanhava. “Quero agradecer o carinho e a confiança de todos vocês. Não vou dar explicações, porque já mostrei o que tinha de mostrar com papéis. Como diretor, pedi o esforço de todos vocês, como servidor, quero contar com a amizade”, disse.
Alguns funcionários que aclamavam o ex-diretor choravam enquanto ele falava. “Muito obrigado, Agaciel”, diziam os cartazes que os servidores seguravam.
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Desde o início da semana, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-PA), era pressionado por senadores do governo e da oposição a afastar Agaciel Maia do cargo. Servidor da Casa desde 1970, Agaciel foi alçado ao posto de diretor geral em 1995, na gestão do próprio Sarney. Até a última segunda-feira, o servidor estava confiante de que permaneceria no cargo. Ontem, porém, decidiu pedir afastamento definitivo do cargo após saber que o Tribunal de Contas da União (TCU) irá investigar sua evolução patrimonial (leia mais). (Daniela Lima)
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