Pressionado pelos deputados que o apoiaram na rejeição da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) na Câmara, o presidente Michel Temer (PMDB) começou a onda de demissões de aliados de deputados que votaram a favor da denúncia e contrariaram as recomendações de partidos da base. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o número de demissões deve chegar a 140, o que inclui pessoas ligadas a deputados que “traíram” o presidente.
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Desde que a denúncia foi rejeitada na Casa, parlamentares que apoiaram Temer têm ameaçado rebelião contra temas importantes para o governo, como a reforma da Previdência e o Programa de Refinanciamento de Dívidas Tributárias (Refis).
As demissões começaram em órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e também na Agência Nacional de Mineração (ANM). De acordo com a reportagem, os cargos serão redistribuídos aos parlamentares que se engajaram na missão de rejeitar a denúncia criminal contra o presidente. As indicações já foram realizadas e estão sendo analisadas pela Casa Civil.
Desde que a denúncia fora rejeitada, o presidente ainda não havia tomado um posicionado sobre a situação para não criar novas tensões na Casa. No entanto, vinha sendo pressionado por partidos de sua base a realizar mudanças em escalões intermediários do governo, em cargos ocupados por nomes apadrinhados por “traidores” do Planalto.
Entre os exonerados, estão superintendentes regionais do Incra indicados pelos deputados Fernando Francischini (SD-PR), Laércio Oliveira (SD-SE) e Carlos Manato (SD-ES). No caso do deputado Alan Rick (DEM-AC), que havia prometido votar com Temer e recuou, perdeu um cargo na Funasa no Acre, conforme aponta o jornal.
O diretor da Agência Nacional de Mineração apadrinhado por Paulo Foletto (PSB-ES) e um delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Espírito Santo indicado por Manato também foram demitidos.
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<<A íntegra da reportagem do jornal Folha de S.Paulo
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