“Eu vou colocar esse acordo em um quadro no meu gabinete. É uma coisa importantíssima para nós, porque (esse apoio) nos permite ganhar forças para enfrentar os problemas. Nós temos o apoio dos setores produtivos do País”, disse Temer. “Esse apoio é fundamental porque a partir de certo momento, começaremos com medidas, digamos assim,mais impopulares”, acrescentou, sem entrar em detalhes.
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O governo tem sido alvo de críticas até por parlamentares se sua base aliada, em função de ações que vão na contramão do ajuste fiscal, como o reajuste do Bolsa Família, o aumento salarial concedido a servidores do judiciário e a renegociação das dívidas dos estados.
Temer rebateu as críticas e defendeu o reajuste salarial dos servidores. “O aumento do funcionalismo já estava negociado e é abaixo da inflação. Se não déssemos ajuste já negociado, movimentos políticos cobrariam. Seria desastroso”, argumentou. O presidente lembrou que o aumento já estava previsto no orçamento deste ano.
O presidente reafirmou que não tem receio de adotar medidas impopulares porque não tem objetivos eleitorais. “As pessoas me perguntam. ‘Você não teme propor medidas impopulares?’ Não. Porque o meu objetivo não é eleitoral. O meu objetivo, nesses dois anos e meio, se eu ficar dois anos e meio, é conseguir colocar o Brasil nos trilhos, é o que basta. Não quero mais nada da vida pública”, afirmou. No início de junho, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo enquadrou o presidente na Lei da Ficha Limpa por ter feito doação eleitoral acima do limite permitido por lei, tornando-o inelegível por oito anos. O peemedebista ainda pode recorrer da decisão.
Agronegócio
No evento de hoje, Temer destacou a importância do agronegócio para a economia do país. “O agronegócio aqui no Brasil responde por mais de 40 % das exportações, por 25% dos empregos e por cerca de 20% do PIB”, disse o presidente, e acrescentou que o setor será essencial para a retomada do crescimento econômico.
O peemedebista anunciou que a partir do mês de agosta, dará início a uma série de viagens ao exterior para captar investimentos estrangeiros na economia brasileira. “Muitos investidores estrangeiros estão esperando um pouco para ver o que acontece daqui um mês, um mês e meio, para, depois, investirem com muita força aqui no Brasil”, afirmou.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, também participou do evento e defendeu um fortalecimento do setor, mesmo em um cenário de crise econômica. Segundo Blairo, o objetivo é tornar o Brasil responsável por 10% do comércio agrícola global num prazo de cinco anos. “Se o governo não tem dinheiro neste momento, temos de fazer mais com menos”, disse o ministro.
Deus
Em seu discurso no evento de hoje, o peemedebista também fez menção à Deus ao dizer que Ele o está ajudando a a governar o país, e disse que faz sentido invocar a imagem divina ao discutir o cenário político atual. “Eu digo que sim, tem espiritualidade, religiosidade, especialmente a palavra religião, que vem de ‘religio’, de religar. No nosso trabalho só vamos fazer a pacificação nacional do nosso povo se religar todos os brasileiros, por isso invoco a palavra de Deus”, afirmou.
Protesto
Um grupo de aproximadamente 15 pessoas protestaram contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em frente ao hotel onde é realizado o evento. Com cartazes escrito “Fora Temer” e “Dilma precisa voltar”, os manifestantes gritavam palavras de ordem como “golpistas, fascistas, não passarão”. O presidente Michel Temer deixou o local sem passar pelo protesto.
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