Eduardo Militão
Horas depois de conceder entrevista à imprensa, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), divulgou uma nota nesta quinta-feira (25) em que disse que não existem nenhum indício, “por menor que seja”, de envolvimento de deputados no golpe da creche, noticiado pelo Congresso em Foco. Reportagens deste site mostram que participaram da fraude os gabinetes de Sandro Mabel (PR-GO), Raymundo Veloso (PMDB-BA) e Ênio Tatico (PTB-GO).
As nomeações de funcionários fantasmas eram feitas de maneira misteriosa. Ninguém sabe ao certo quem realmente assinou os documentos – prerrogativas dos deputados. A Polícia Legislativa da Câmara ainda vai mandar as assinaturas dos parlamentares para serem periciadas ao Instituto Nacional de Criminalística (INC).
Hoje, Temer disse que os deputados nada têm a ver com isso. “Não há, em nenhum dos inquéritos (…) qualquer indício, por menor que seja, de envolvimento de parlamentar”, assegura a nota da assessoria da Presidência da Câmara.
Como mostraram as reportagens do Congresso em Foco, vários funcionários eram lotados em gabinetes para atuarem como fantasmas e laranjas. Seus salários eram rateados entre uma quadrilha. Os deputados alegam que tudo aconteceu sem o consentimento deles.
Veja a íntegra da nota
NOTA À IMPRENSA
Sobre o noticiário acerca das investigações abertas pela Câmara dos Deputados na utilização irregular do auxílio-creche e do vale transporte, esclarecemos que não há, em nenhum dos inquéritos instaurados pelo Departamento de Polícia Legislativa, qualquer indício, por menor que seja, de envolvimento de parlamentar. Somente se constatou participação de funcionários durante as apurações. Esses casos foram todos encaminhados ao Ministério Público para a responsabilização criminal e administrativa dos indiciados. Os deputados que tinham em seus gabinetes nomes envolvidos nas investigações, assim que comunicados dos fatos, imediatamente demitiram os funcionários.
Assessoria de Imprensa – Presidência da Câmara dos Deputados
Temer admite existir “verdadeira quadrilha” na Câmara
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