O presidente Michel Temer voltou atrás em sua decisão de adiantar a volta ao Brasil e embarca amanhã (4), com chegada no dia seguinte. Ele foi à China, acompanhado de uma comitiva, para participar de encontro da cúpula do Brics. A previsão inicial era de que Temer embarcasse de volta ao país na terça-feira (5), mas com a expectativa da apresentação da nova denúncia contra ele, decidiu adiantar seus planos.
Apesar de afirmar que não teme a nova denúncia, a defesa do presidente pediu que qualquer acusação contra ele seja suspensa até o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgar a suspeição de Janot.
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Temer havia desmentido que iria voltar antecipadamente ao Brasil para não passar a impressão de que estaria preocupado com a denúncia. A segunda denúncia contra Temer deve ser apresentada nos próximos dias. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve aguardar apenas a homologação da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro para apresentá-la. As informações prestadas por Funaro devem ser usadas para robustecer a denúncia por organização criminosa.
Em entrevista à TV Bandeirantes, Temer afirmou estar seguro de que a segunda denúncia de Janot será “inepta”. “Primeiro, tenho absoluta convicção de que, se vier, será de uma singeleza, para não dizer, de uma inépcia tão grande, que eu não tenho nenhuma preocupação”, disse à emissora. Temer afirmou que sua preocupação é “levar o Brasil adiante”.
Sobre o retorno ao Brasil, Temer afirmou que a antecipação seria motivada pela votação da meta fiscal, que pretende acompanhar. Na semana passada, o Congresso aprovou o texto-base da nova meta fiscal, mas não conseguiu concluir a votação dos destaques. No meio da madrugada, a base governista não conseguiu chegar ao quórum necessário para votar os dois últimos destaques, que serão deliberados nesta terça-feira em sessão prevista para 19h.
Suspeição
Antes mesmo que a segunda denúncia seja apresentada, a defesa de Temer pediu suspensão da nova acusação enquanto o pleno do STF não julgar a suspeição do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para atuar em casos contra Temer.
O pedido de suspeição foi apresentado no início de agosto. O ministro Edson Fachin rejeitou monocraticamente o pedido na semana passada por considerar que não havia elementos que evidenciassem “relação de inimizade”. A defesa do peemedebista apresentou recurso nesta sexta-feira, junto com o agravo regimental para suspender a denúncia que ainda não chegou.
Reforma da Previdência
Na entrevista para a emissora, Temer também afirmou acreditar que o governo vai conseguir pautar e aprovar a reforma da previdência. Ele citou outras vitórias do governo no Congresso, como a PEC que estabeleceu um teto para os gastos públicos e a reforma trabalhista, para demonstrar disposição de levar adiante as discussões para as reformas previdenciária e tributária.
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