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“Alguém que teria cometido aquele delito irresponsável que o cidadão Machado apontou não teria até condições de presidir o país”, disse Temer. “Nós não vamos tolerar afirmações dessa natureza e quero revelar, quero dizer, que quando surgirem fatos dessa natureza eu virei a público para contestá-las em benefício da harmonia do nosso país”, acrescentou.
Esta foi a primeira vez que o nome de Temer aparece formalmente na Lava Jato. A informação veio a público após o vazamento dos áudios gravados pelo ex-presidente da subsidiária da Petrobras com lideranças do PMDB, que estavam mantidos em sigilo sob a guarda do Supremo. Durante conversa com o ex-presidente José Sarney, Machado disse que “ajudou” na campanha eleitoral de Chalita.
“O Michel… eu contribuí para o Michel. Não quero nem que o senhor comente com o Renan. Contribuí com o Michel para a candidatura do menino. Falei com ele até em lugar inapropriado, na base aérea”, relata Sérgio Machado. O termo “menino” é utilizado como referência a Chalita.
Em nota divulgada ontem (15), Temer disse que “mantinha relacionamento apenas formal, sem nenhuma proximidade” com Sérgio Machado. Afirmou também que “é absolutamente inverídica a versão de que teria solicitado recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado”.
“Penso que a primeira afirmação que devo fazer é precisamente essa: enquanto alguns deixam passar em branco eu não deixarei. Até porque devo revelar, e eu falo com palavras indignadas, mas ao meu estilo, para registrar mais uma vez que esta leviandade não pode prevalecer”, afirmou Temer no pronunciamento de hoje.
PEC do teto de gastos públicos
Em seu pronunciamento, Temer aproveitou para destacar o envio ao Congresso da PEC que limita os gastos públicos. Apresentada ontem para deputados e senadores da base aliada, a proposta integra o pacote de medidas econômicas do governo e estabelece que o reajuste das despesas da União deve ser vinculado à variação da inflação do ano anterior.
“Ainda ontem avançamos no ajuste fiscal com um novo plano fiscal que, como pude perceber no noticiário de hoje, é um dos mais adequados para o momento que passa no país. Tivemos a coragem e ousadia de propor um plano que fixa teto para os gastos públicos”, disse Temer. “É um projeto de uma seriedade extraordinária, tal como ficou registrado nos comentários da área econômica no dia de hoje”, acrescentou.
O presidente também mencionou a redução do número de ministérios e o corte de cargos como iniciativas para “tirar o país da crise profunda em que mergulhou”. “No instante em que nós estamos fazendo um esforço extraordinário com o apoio, convenhamos, da grande maioria do povo brasileiro e da quase totalidade daqueles que no Congresso Nacional pensam o futuro do país, surge um fato leviano como esse que embaraça a atividade governamental. Mas quero aqui dizer, registrar em alto e bom som, que nada embaraçará o nosso desejo, a nossa missão, a nossa tarefa de fazer com que neste período em que eu esteja à frente da Presidência da República, nada impedirá que nós continuemos a trabalhar em prol do Brasil e do povo brasileiro”, concluiu.
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