Fábio Góis
O Custe o Que Custar (CQC) desta segunda-feira (29) foi especial. O programa
humorístico-jornalístico da TV Bandeirantes apresentou uma entrevista exclusiva
com o Rei Pelé – que até pegou um violão para cantar seu jingle favorito
(“ABC/ABC/Toda criança tem que ler e escrever”). Pôs o senador Eduardo Suplicy
(PT-SP) no quadro de perguntas embaraçosas “O povo quer saber” – o petista
respondeu inclusive a uma pergunta sobre a relação conjugal com a ex-mulher
Marta Suplicy, recém-eleita senadora por São Paulo. E mostrou também o
Prêmio Congresso em Foco, que recebeu na última segunda-feira
(22) a “visita” de Mônica Iozzi, a única “mulher de preto” da trupe de sete
figuras encabeçadas por Marcelo Tas – embora a cobertura da moça no evento já
tivesse sido registrada por aqui horas antes.
Furamos
o CQC! Veja Mônica Iozzi aqui antes
Leia tudo sobre
o Prêmio Congresso em Foco 2010
O
que é o Prêmio Congresso em Foco
Veja o Prêmio Congresso em
Foco 2010 no CQC:
Das
cinco edições do Prêmio Congresso em Foco, o CQC participou das
últimas três – as duas anteriores (2008 e 2009)
com a bem-vinda perturbação de Rafael “Pele de Golfinho” Cortez. Marcelo
Tas e seus companheiros de bancada – Rafael Bastos e Marco Luque – reconheceram
a importância de se discutir e apontar os bons parlamentares.
“É um prêmio que reconhece o valor dos bons políticos. Tem bom político”,
disse Marcelo Tas, na apresentação da matéria sobre o evento, antes de anunciar
o trabalho feito pela “dama do Congresso Nacional”, “La Iozzi”. “Tem, o pior é
que tem. Não dá pra generalizar”, retrucou, com o jeito escrachado de sempre, o
colega Rafa Bastos.
“Parece que o CQC está cobrindo mais uma balada…
Mas não, quem me dera!”, brincou Mônica, ao anunciar a cobertura de “mais um
Prêmio Congresso em Foco”. “Será que o cara que você votou está
aqui?”, perguntou a moça ao telespectador.
Mônica Iozzi perguntou a
vários parlamentares por que havia número tão grande de deputados e senadores de
esquerda. O Congresso em Foco esclarece: a escolha inicial é
feita por jornalistas que cobrem a Câmara e o Senado, em votação acompanhada
pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal. Em seguida,
os finalistas são submetidos à avaliação do internauta, que define a
ordem de classificação dos melhores deputados e senadores. Alguns
parlamentares do chamado campo conservador não puderam participar da festa
de premiação este ano, mas fizeram questão de agradecer e justificar a
ausência. Caso, por exemplo, do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que estava
em missão oficial no exterior, do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que
telefonou do hospital onde estava internado, e do líder do PMDB na Câmara,
Henrique Eduardo Alves (RN), que tinha compromisso marcado
anteriormente no mesmo horário em Natal.
No transcorrer do
programa, os recursos hilários de sempre: imagens sobrepostas, máscaras nos
entrevistados, modificações de voz, sonoplastia zombeteira. Uma delas chamou a
atenção: fumando seu cigarro, o deputado José Genoino (PT-SP) foi provocado por
Mônica. “Deixe-me fumar meu cigarrinho”, pediu o parlamentar, que repetia
“obrigado” a cada pergunta da entrevistadora. Depois de breve insistência,
Mônica desiste e, antes de se despedir, volta a agradecer pelos momentos de
“convivência” no Congresso, lembrando que aquela seria a última entrevista entre
eles (Genoino não se reelegeu).
“Boa sorte para você”, respondeu o petista, com o semblante fechado, olhando
Mônica fixamente enquanto um truque de imagem enrubescia seu rosto até sua
cabeça quente pegar fogo de vez.
“Quem diria que participar dessa história toda do Projeto Ficha
Limpa faria você ser indicado a um dos parlamentares do ano…”, disse
Mônica ao candidato derrotado à vice-Presidência da República na chapa de José
Serra (PSDB), deputado Índio da Costa (DEM-RJ), um dos relatores da Lei
Complementar 135/10 (leia
mais).
“Olha, eu não imaginava que ia receber esse prêmio, então estou muito feliz
de estar aqui. Agora, a grade verdade é que o Ficha Limpa era um desafio muito
grande”, respondeu Índio, que depois falou sobre a hipótese, levantada por
Mônica, de se candidatar ao governo do Rio de Janeiro – à resposta de Índio
seguiu-se uma hilária animação com personagens dos filmes Tropa de
Elite e Cidade de Deus enfrentando um “caveirão” (carro forte
adaptado para combate), em alusão de humor negro aos episódios da guerra contra
o narcotráfico em curso no estado.
Desconhecimento
A nota triste, ou tragicômica, do programa desta segunda-feira foi o quadro
que mostra o (des) conhecimento de alguns parlamentares. Foram três perguntas
formuladas – respondidas ou não, com comportamentos que variavam entre a
grosseria e o bom-humor pastelão: quem é o presidente do Banco Central (Henrique
Meirelles), qual o nome do presidente do Equador (Rafael Correa) e, a mais
primária delas, onde fica o estado de Pernambuco no mapa do Brasil.
Teve gente, com o dedo indicador no mapa, a dizer que Pernambuco fica
incrustado em algum lugar entre Pará e Tocantins (?!). Outros apontaram o
Espírito Santo como a localização do estado nordestino. Teve deputado que pediu
ajuda ao assessor para responder, timidamente, apenas o sobrenome do chefe do
Banco Central. Outros simplesmente andavam, sorriso sem graça, calados ou
proferindo gracejos – e até grosserias – ao invés da resposta. E também houve um
famoso deputado paulista procurado pela Interpol que precisou que Mônica
soprasse “Rafael” para completar, triunfante: “Correa”. Pois é. Deputados também
aceitam cola na hora do aperto.
Marco Luque não perdoou e, diante do desconhecimento dos parlamentares, foi
escatológico: “Vocês são uns ignorantes! Voltem pelo esgoto, seus c…”, bradou,
em analogia à matéria anterior, no quadro Proteste Já, sobre problemas de
saneamento em mais um município brasileiro.
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