Em entrevista à repórter Vera Rosa, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo neste sábado, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirma que “o governo Lula está sob cerco político”. Segundo o ministro, “o somatório de ataques feitos a Lula não tem paralelo na história, nem na época do Getúlio Vargas”.
Segundo a reportagem, Tarso Genro foi encarregado pelo presidente Lula de “atuar como bombeiro na crise”. Por isso, “tenta a todo custo estabelecer canais de diálogo com a oposição” e “mede as palavras quando se refere ao PSDB e ao PFL, para não esgarçar ainda mais a difícil relação”. Na entrevista, o ministro defende civilidade na disputa eleitoral para que o Brasil não se torne ingovernável a partir de 2007.
Eis as principais afirmações feitas por Tarson Genro:
“Esses ataques criam na população a ilusão de que o processo de corrupção do Estado brasileiro começou agora e isso é de uma brutalidade impressionante”.
“Como se comportaram os presidentes quando as denúncias foram levantadas contra seu governo? Quem investigou mais? Quem puniu mais? Esse comparativo vai mostrar que o governo Lula combate a corrupção e não a tolera. Será que todos os candidatos poderão dizer o mesmo?”.
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“A corrupção no Brasil é sistêmica. Quero dizer mais: que nenhum partido é um partido de anjos. O grande proveito que o PT terá nesse processo vai ser revisar os seus controles, a sua cultura ética e avançar para reduzir drasticamente a possibilidade de acontecimentos como esse”.
“O governo Lula está sob cerco político, tanto por seus erros como por suas virtudes. Mas examine, por exemplo, o tipo de postura que o governo teve na hora de nomear, num momento agudo de crise, um procurador-geral com independência”.
“A oposição esquenta o clima eleitoral e aproveita as dificuldades da crise política. Mas acredito que é possível criar um ambiente mais saudável”.
“Se o presidente, seja ele quem for, não criar patamar mínimo de legitimidade e se eleger num processo misturando denúncias até verdadeiras com calúnias, eu duvido que haja condições de governabilidade no país”.
“O partido tem de ir a fundo para verificar quais foram os métodos de direção que permitiram que esses erros prosperassem entre nós. Creio que o PT ainda não fez uma revisão disso. Nós instalamos uma comissão de sindicância, todos os deputados acusados foram notificados e apresentaram suas versões. No 13.º Encontro Nacional do PT, no fim deste mês, a direção terá de prestar contas”.
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