Em entrevista coletiva, na tarde desta sexta-feira (20), o ministro da Justiça, Tarso Genro, descartou qualquer relação entre a Operação João de Barro, deflagrada hoje pela Polícia Federal (PF), e motivações políticas. Genro negou que a intervenção policial, resultado do trabalho técnico do Tribunal de Contas da União e outros órgãos de controle federais, tenha objetivos vinculados às eleições municipais.
“Gostaria de deixar absolutamente claro que todas essas buscas, mandados de prisão e trabalho de investigação não têm nenhuma destinação voltada a qualquer facção política e ideológica, mas obedece estritamente os trabalhos feitos pelos órgãos técnicos da União”, disse.
O ministro ressaltou ainda que os inquéritos nada têm a ver com “decisão arbitrária” da PF ou do Ministério da Justiça de buscar responsáveis por determinados atos ilícitos. "Após um trabalho, que se refere a essas 119 prefeituras, paciente e organizado de inteligência, de identificação de documentos, de filmagens e escutas telefônicas permitidas pelo Poder Judiciário, essas operações puderam realizar hoje com sucesso", defendeu.
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Segundo Tarso Genro, a operação, deflagrada com a participação de mil policiais federais, não vai expor os presos e investigados pela PF. A determinação, de acordo com o ministro, foi dada pelo diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, para evitar que punições desnecessárias sejam realizadas.
"Conseguimos aplicar de maneira integral o manual de operações da Polícia Federal, com os indicativos de não expor as pessoas que foram presas, ou fazê-lo o mínimo possível, para que a exposição das pessoas não funcione como uma punição antecipada", ressaltou.
Operações
As ações de hoje fazem parte de um conjunto de operações da PF. Tarso Genro destacou que são três as ramificações em diferentes regiões do país. Em Santa Catarina e São Paulo, fundamentalmente, foram feitas ações de combate a lavagem de dinheiro, em que foram envolvidos 252 policiais e 33 auditores fiscais. No Mato Grosso, foi uma operação de combate ao narcotráfico com 18 mandados de busca e 24 mandados de prisão, com efetivo de 120 agentes da PF.
Na ação de hoje, a Operação João de Barro, 119 prefeituras em sete estados e o DF estão sob os trabalhos de mil policiais federais. Segundo Tarso Genro, essas operações são consideradas rotinas para a PF e para o governo.
"Essas operações são normais, elas vão continuar e queremos que elas sejam ancoradas no sucesso do ponto de vista técnico, do ponto de vista jurídico e do ponto de vista de proteção da intimidade das pessoas”, ressaltou. (Renata Camargo)
Atualizada às 15h32
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