A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), que está em seu primeiro mandato e aparece como destaque entre os novos políticos que emergiram nas últimas eleições, contratou seu namorado, o cientista social colombiano Daniel Alejandro Martínez, para prestar serviços durante 50 dias para sua campanha eleitoral em 2018, pagando a ele o valor de R$ 23.050.
As informações são de reportagem da revista Veja, que obteve os dados a partir da prestação de contas da deputada à Justiça Eleitoral. Martínez e Tabata se conheceram quando ambos estudavam na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. De acordo com o contrato, o colombiano prestou serviço de análise de inteligência estratégica e foi responsável pela central de atendimento da campanha de Tabata em 2018. Os recursos usados para pagar Martínez saíram do Fundo Eleitoral.
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A reportagem destaca que a contratação de parceiros, cônjuges ou até familiares durante a campanha não é crime, mas depois de eleito, sim. As outras três pessoas físicas que mais receberam dinheiro para trabalhar na campanha de Tabata atualmente fazem parte de sua equipe de assessores parlamentares na Câmara. A deputada foi procurada pela revista e respondeu por meio de nota. “A campanha da Tabata Amaral cumpriu as leis eleitorais na contratação de seus serviços e pessoas. Todas as informações são públicas e estão no portal do TSE.”
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De acordo com a reportagem da revista Veja, o trabalho realizado pelos atuais assessores de Tabata durante a campanha são facilmente rastreáveis, o que não ocorre no caso de seu namorado. A revista critica a atitude da deputada de contratar o parceiro afirmando que esta é uma prática da velha política. E critica também o fato da resposta à reportagem ter sido enviada via nota pela assessoria de imprensa, e não por meio de entrevista. “A única resposta veio em uma nota protocolar, enviada pela equipe de comunicação, semelhante às várias enviadas por outros políticos envolvidos em escândalos recentes”, consta no texto da reportagem.
Tabata Amaral está suspensa pelo seu partido, o PDT, desde a semana passada, por ter contrariado a posição da legenda e votado a favor da reforma da previdência no primeiro turno de avaliação da proposta na Câmara. Ela também enfrenta processo disciplinar na Comissão de Ética do partido.
PublicidadeA deputada é uma das parlamentares que teve sua formação e projeção na vida pública financiada por empresários por meio do movimento RenovaBR. Ela é única originária deste tipo de movimento que se filiou a um partido de centro-esquerda, os demais parlamentares eleitos, segundo a Veja, estão no Novo. Uma das medidas que o PDT avalia é não aceitar mais a filiação de pessoas vinculadas a este de iniciativa de empresários.
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