Reconhecido como o maior festival de economia criativa, tecnologia e inovação do mundo, o South by Southwest (SXSW), evento que ocorre anualmente em Austin, no Texas (EUA), e reúne mais de cinco mil palestrantes, deixou clara na edição 2019 a necessidade de que os avanços tecnológicos sejam pautados pelas necessidades humanas.
A comunicadora Partícia Marins e o jornalista Sylvio Costa participaram do evento neste ano, em março, e expuseram suas experiências na noite desta segunda-feira (29) em Brasília. Segundo eles, o clima entre os visitantes do festival era de otimismo. Em anos recentes, estaria em alta a constatação de que grandes empresas globais de tecnologia, como Facebook, Google e Microsoft, vinham causando mais males do que benefícios à humanidade.
Na edição 2019 do SXSW, porém, expositores e participantes passaram a enxergar “uma luz no fim do túnel, embora ainda seja um túnel”, como definiu Sylvio Costa.
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“Na feira do ano passado, a sensação era de que a tecnologia não está servindo necessariamente para melhorar o mundo. Que as inovações facilitam a vida prática, mas não nos tornam mais felizes. Mas neste ano tinha muita gente com uma ideia um pouco mais positiva”, disse Sylvio.
Os dilemas expostos no SXSW passam, segundo os expositores, pela tecnologia, pelo comportamento humano e pela regulação. As relações contemporâneas entre empresas e a sociedade ainda não encontraram equilíbrio entre estas três vertentes, dizem.
“A gente não pode deixar que essa velocidade da tecnologia paute todo o restante. Não podemos deixar que paute nosso avanço comportamental ou nosso avanço regulatório”, avalia Patrícia.
Segundo a comunicadora, a tecnologia tem sido mais rápida do que a capacidade política das sociedades de refletir sobre as consequências negativas e combatê-las. Setores de transportes e de hotelaria, por exemplo, ainda não conseguiram, por exemplo, absorver o impacto do advento do Uber e do Airbnb, respectivamente.
“A regulação está vindo a reboque da tecnologia . Muita gente tem que perder o emprego, se acidentar, perder dinheiro ou apostar no escuro, porque a regulação ainda não veio”, observa Patrícia.
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