Rodolfo Torres
Por meio de nota, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou neste domingo (18) que o programa “Pânico na TV” não exibirá as cenas gravadas no Senado em que o petista usa uma sunga vermelha por cima do terno.
Suplicy teve uma reunião com os responsáveis pelo programa da Rede TV, Emílio Surita e Alan Rapp, e pediu a eles que o material não fosse exibido no programa deste domingo.
“Eles resolveram atender o meu pedido, sobretudo porque afirmaram que de maneira alguma tiveram a intenção de provocar qualquer ofensa ou diminuição da minha imagem ou do Senado Federal”, afirma Suplicy, que agradeceu a decisão do programa humorístico.
Gravadas na última quarta-feira (14) a pedido da apresentadora Sabrina Sato, as imagens provocaram reações dos parlamentares. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), chegou a pedir retratação do petista e um pedido de desculpas. Enquanto isso, a Corregedoria do Senado abriu investigação para averiguar se Suplicy quebrou o decoro parlamentar.
“Estamos coletando informações sobre o caso. Vamos ver se o regimento foi ferido”, afirmou o corregedor da Casa, Romeu Tuma (PTB-SP), complementando que o fato o chocou. “Ele prestou um serviço humorístico.”
Confira a íntegra da nota
Sobre o Encontro com Sabrina Sato no Senado
Em vista dos mal entendidos havidos com respeito à entrevista que concedi à Sabrina Sato, repórter do programa “Pânico”, da Rede TV, que levou o corregedor do Senado, Senador Romeu Tuma, antes mesmo de conversar comigo, anunciar que poderia abrir uma sindicância para averiguar se houve qualquer ofensa ao decoro parlamentar de minha parte, esclareço:
Na última quarta-feira, por volta das 18,30 hs, quando saí do plenário do Senado, junto à escada que é o caminho para o meu gabinete, eis que encontrei a Sabrina Sato com a sua equipe da Rede TV. Solicitou-me que respondesse a uma pergunta, se eu considerava que havia heróis no Senado. Respondi que havia muitos senadores que eu respeitava e admirava pela maneira como defendem os seus ideais. E o senhor, senador, tem algum sonho que gostaria muito que fosse realizado? Respondi que ela conhece o quanto que tenho batalhado para que em breve no Brasil possa ser instituída a Renda Básica de Cidadania, o direito de todos em nosso país receberem uma renda na medida do possível suficiente para atender as necessidades vitais de cada um. Que já havia conseguido fazer a lei ser aprovada e sancionada, que agora será implementada, por etapas, a critério do Poder Executivo, começando pelos mais necessitados, como o faz o Bolsa Família. Então, disse-me Sabrina, o senhor é o meu herói. Gostaria de lhe dar de presente uma roupa de super-homem. Tirou da sacola de seu assessor um calção vermelho e me deu. Agradeci. Ela então insistiu que queria que eu o vestisse. Alertei-a de que isso poderia resultar em problema. Ela insistiu, de maneira muito amável, dizendo que não haveria problema, uma vez que eu estava de terno. Ponderei às pessoas que assistiam, ali cerca de 30, que se alguém sentisse como algo inadequado, que dissesse. Não houve quem se sentisse ofendido. Por poucos segundos, o tempo para logo descer a escada e tirar o calção, de fato o vesti, conforme foi objeto de fotografias.
Estou de acordo, conforme tantos amigos me disseram, que teria sido melhor não ter atendido o insistente apelo de Sabrina. Tenho a convicção que não houve tanto da parte da equipe daquele programa, ou de minha parte, qualquer intenção de ferir a imagem do Senado Federal.
Em, vista do mal entendido, todavia, reuni-me ontem à noite com os responsáveis pelo programa da Rede TV, Emílio Surita e Alan Rapp, os quais tiveram a gentileza de me mostrar como ficou editado para ser transmitido na noite deste domingo. E que caso eu avaliasse que não devesse ir para o ar aquela cena que acarretou a interpretação de que poderia ter havido qualquer falta, ainda que leve, que então não a transmitiriam. Ali pude observar que a parte “Sabrina no Congresso” é composta de diversas entrevistas, com muito bom humor, da qual participam os Senadores, Wellington Dias, Marina Silva, Cristovan Buarque, Flávio Arns, Pedro Simon e outros parlamentares, incluindo o aceno do Presidente José Sarney. Fiz o apelo para Emílio Surita e Alan Rapp para não colocarem aquela parte que gerou a polêmica. Eles resolveram atender o meu pedido, sobretudo porque afirmaram que de maneira alguma tiveram a intenção de provocar qualquer ofensa ou diminuição da minha imagem ou do Senado Federal.
Agradeci a decisão tomada por eles.
Senador Eduardo Matarazzo Suplicy
São Paulo, 18 de outubro de 2009
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