Reportagem – é o aprofundamento de uma notícia ou o mergulho em um fato importante, mesmo que não seja recente, em busca de revelações exclusivas. A reportagem, na acepção aqui utilizada, está no universo do “jornalismo investigativo”, que remete ao esforço para tornar públicos fatos relevantes que autoridades ou pessoas poderosas gostariam de manter ocultos. Uma boa reportagem requer pesquisas intensas, entrevistas com grande diversidade de fontes, reiteradas checagens e cuidado especial na apresentação do conteúdo final, que pode trazer complementos como vídeos, infográficos, mapas e painéis de visualização de dados. Também deve trazer – ou, no mínimo, tentar obter – as explicações de quem pode ter sua imagem arranhada pela sua publicação.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) quer tornar o Senado mais transparente. Ele está pedindo ajuda aos colegas para elaborar um projeto de resolução que permita divulgar, em tempo real, os gastos dos parlamentares – como a verba indenizatória e as viagens oficiais. Suplicy pretende formalizar em agosto a proposta. “Alguns gastam 20% ou 30% dessa verba indenizatória, outros mais. Por que não darmos transparência a esses gastos?”, questiona.
Tais informações, assim como aquelas relativas à assiduidade dos parlamentares, já são divulgadas hoje pela Câmara dos Deputados, mas não pelo Senado. Suplicy diz não saber, no entanto, se a instituição a que pertence está atrás da Câmara quando o assunto é transparência. "O importante é que possamos dar transparência ao que acontece", limita-se a afirmar.
Em entrevista ao Congresso em Foco, ele também mediu as palavras ao falar da conduta ética de seus pares. Usou cinco vezes o verbo “averiguar” e suas variantes ao tratar do tema. Membro do Conselho de Ética, que investiga o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), demonstrou assim preocupação em evitar julgamentos antecipados.
Defensor de uma investigação profunda das acusações contra Renan, ele evita ainda polêmica com o governo e o seu partido, que estão empenhados em apoiar o presidente do Senado. "Tenho sido respeitado dentro do PT por essa posição que tenho mantido", afirma. "Em nenhum momento, qualquer pessoa do Palácio do Planalto veio a mim para dizer que eu estava tendo um procedimento incorreto".
Eleito no ano passado com quase 9 milhões de votos para o seu terceiro mandato como senador, Suplicy, 66 anos, mostra confiança na capacidade do Senado de apurar irregularidades cometidas por seus parlamentares. Lembra, nesse sentido, a cassação de Luiz Estevão (PMDB-DF), em 2000, e a renúncia, em 2001, de Antônio Carlos Magalhães (então no PFL-BA) e José Roberto Arruda (então no PSDB-DF) – ambos, hoje do DEM. E, sobre a crise atual, completa: “Não é uma crise além da conta”, acrescenta, enfatizando que o Senado está cumprindo seu papel na apuração das denúncias feitas contra Renan.
Confira os principais trechos da entrevista:
O senhor defende que o Senado publique os gastos dos parlamentares na internet…
Estou preparando, com a minha assessoria e a do Senado, um projeto de resolução para que a Mesa examine dar maior transparência a tudo que fazemos. Eu gostaria de trocar idéias com meus companheiros senadores e senadoras e propor à Mesa, se possível conjuntamente, uma fórmula para que possamos dar maior publicidade aos diversos tipos de gastos que são realizados por nós, senadores. Por exemplo, podemos fazer um projeto de resolução segundo o qual todos os ressarcimentos de possíveis despesas, tais como despesas médicas e de dentistas, sejam objeto de transparência total. Pode-se estabelecer a publicidade daquilo que é denominado verba indenizatória, do direito que temos de gastar até R$ 15 mil por mês. Alguns de nós gastam 20% ou 30% dessa verba indenizatória, outros gastam mais, dependendo das necessidades. Por que não darmos, então, transparência a esses gastos?
Quanto à publicidade sobre diárias de viagem, normalmente já há publicidade sobre essas viagens. Eu, hoje, por exemplo, entreguei à Mesa, requerimento de viagem a Bangladesh, à Coréia do Sul e a Moçambique. É uma viagem de trabalho, a convite, sem ônus para o Senado. Quando a missão é oficial e com ônus para o Senado, isso é assinalado; quando a viagem é sem ônus para o Senado, isso também é assinalado. Então, que tenhamos um procedimento de, organizadamente, sempre dar transparência a esses gastos.
Qual a importância de um projeto desses?
É dar a maior transparência possível a tudo aquilo que fazemos. Avalio que a transparência em tempo real é sempre a melhor forma de prevenir problemas. O Senado estará avançando se todos, senadoras, senadores e Mesa Diretora, concordarem em ter a transparência como diretriz, divulgando tudo aquilo que despendemos como representantes do povo que somos. Será uma forma de fortalecer a nossa instituição.
O senhor acredita que o Senado está atrás da Câmara, que já divulga estas informações, quando o assunto é transparência?
Não sei. O importante é que possamos dar transparência ao que acontece.
No caso Renan Calheiros, o senhor tem mostrado uma posição independente, assim como os relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS). Como isso influencia suas relações com o PT e com o Planalto, já que o senhor é da base do governo?
Constitui diretriz do Partido dos Trabalhadores a defesa da ética e, então, constitui meu dever como senador do PT e de São Paulo ter um proce
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