O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o superávit primário do setor público de R$ 90,992 bilhões, no período de janeiro a outubro de 2006, é satisfatório. Com isso, a meta estipulada no ínicio do ano, de R$ 88,7 bilhões, foi ultrapassada. "Isso desmente aqueles que duvidaram da nossa capacidade de gerir responsavelmente as contas públicas. O que podemos concluir é que o resultado é satisfatório e que as contas públicas estão sendo muito bem administradas", disse Mantega, hoje à tarde.
Segundo o ministro, a meta de superávit primário efetiva pode ficar abaixo de 4,25% – índice que influencia a dívida líquida do setor público. Para tanto, pode ser necessário utilizar a margem de 0,15 % do PIB proveniente do Projeto Piloto de Investimentos, o que representaria cerca de R$ 4 bilhões. "Vai depender do desempenho. Se for necessário, o PPI será utilizado. Se não for necessário, não será", afirmou Mantega.
Salários do Judiciário
Sobre a proposta de aumentar os salários do Judiciários, Mantega afirmou que é preciso impor limites ao aumento e declarou que é preocupante as tentativas indiscriminadas de aumento o ordenado deste poder porque isso gera efeitos em cascata em toda a máquina pública. Mantega afirmou que não se trata de engessar os aumentos, mas de estabelecer uma regra para os reajustes, e disse que isso faz parte das medidas que o governo está tomando dentro do programa de crescimento.
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"Por isso nos preocupa a proposta do Judiciário. Todos os demais segmentos vão querer os mesmos benefícios", afirmou Mantega, acrescentando que as medidas do governo não estão definidas ainda. "Nós achamos que tem que ter aumento real, mas tem que ser regrado, balizado e não pode ser indiscriminado". Questionado se a taxa de juros vai baixar na reunião desta semana do Copom, o ministro desconversou: "Pergunta para o [Henrique]Meirelles" (presidente do Banco Central). (Ricardo Taffner)
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