Rodolfo Torres
A Corregedoria do Senado abriu uma investigação preliminar para saber se o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) quebrou o decoro parlamentar ao andar pelas dependências do Congresso com uma sunga vermelha sobre o terno. O petista surpreendeu os colegas ao desfilar com o adereço pelo Salão Azul do Senado na noite da última quarta-feira, durante gravação de uma participação para o programa Pânico na TV, da Rede TV!, a pedido da apresentadora Sabrina Sato.
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“Estamos coletando informações sobre o caso. Vamos
ver se o regimento foi ferido”, afirmou o senador paulista, complementando que o fato o chocou. “Ele prestou um serviço humorístico.”
Tuma explicou que a investigação deve ser concluída na próxima semana e que, se houver indícios de quebra de decoro, a corregedoria da Casa encaminhará um parecer à Mesa Diretora, que pode encaminhá-lo ao Conselho de Ética.
Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), um processo por quebra de decoro contra Suplicy seria “um exagero”. No entanto, segundo ele, o petista foi “infeliz” ao não ter estabelecido limites quando abordado por integrantes de programas humorísticos.
“Certamente sua atitude não conta para melhorar a imagem do Senado, que já está desgastada”, afirma o tucano.
“Brincadeira não é crime”
A 2a. vice-presidente do Senado, Serys Slhessarenko (PT-MT), concorda com o tucano paranaense. “Eu não teria essa atitude, mas não é caso de quebra de decoro”, afirmou. “É uma brincadeira, não é um crime.”
Procurado pela reportagem, o primeiro-secretário do Senado, Herácllito Fortes (DEM-PI), desconversou: “Eu sou membro da Mesa. Me poupe desse assunto”. Suplicy e Heráclito têm protagonizado intensos debates no plenário. Em um deles, o piauiense acabou levando um “cartão vermelho” do colega paulista.
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A assessoria da liderança do DEM desmentiu informações veiculadas na imprensa de que o partido pretendia entrar com uma representação contra Suplicy no Conselho de Ética.
A versão de Suplicy
Ouvido ontem (quinta, 15) pelo Congresso em Foco, o senador Eduardo Suplicy demonstrou encarar o assunto com naturalidade e algum humor.
Ele contou que a própria Sabrina o ajudou a vestir “o calção”, o qual usou por “menos de um minuto”. Para ele, não há quebra de decoro em uma “brincadeira”.
“Ela me entrevistou com muito bom humor”, disse Suplicy. Segundo ele, a apresentadora estava em busca de um “senador super-herói”. “Ela colocou rapidamente o calção nas minhas pernas. Perguntei para as pessoas que nos assistiam se alguma se sentiria ofendida. Ninguém disse que ficaria ofendido”, completou.
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