A falta de confronto entre o governo e a oposição na reunião administrativa da CPI dos Correios levou o sub-relator da comissão Carlos Wilian (PMDB-MG) a denunciar a existência de um acordo entre petistas e tucanos para conter as investigações.
“Está muito claro que houve um acordo entre o governo e a oposição para não aprovarmos o pedido de quebra dos sigilos de Adhemar Palocci. Fiz um relatório técnico, sem qualquer viés político. Estão querendo jogar as coisas para debaixo do tapete”, denunciou o peemedebista ao fim da reunião. Ex-secretário de Finanças de Goiânia, Adhemar é acusado de ter operado um esquema de caixa dois eleitoral em Goiás.
Relator da subcomissão que analisa denúncia de irregularidades no Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Carlos Wilian atribuiu a falta de empenho da oposição em quebrar os sigilos fiscal, bancário e telefônico do irmão do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ao arrefecimento dos governistas em relação às denúncias de caixa dois contra o presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG).
Mesmo diante da confirmação por Azeredo de que o empresário Marcos Valério de Souza saldou uma dívida de R$ 700 mil de sua campanha ao governo de Minas em 1998, nenhum petista defendeu abertamente a convocação do tucano durante a sessão da CPI.
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A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) contestou a declaração do peemedebista. Segundo ela, a quebra de sigilo do irmão do ministro da Fazenda foi adiada porque havia um entendimento de que só seriam votados os requerimentos consensuais. “O requerimento de convocação de Azeredo já foi apresentado há muito tempo”, emendou a senadora.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), confirmou a existência do pedido, mas afirmou que considera a CPI do Mensalão o foro adequado para que o senador apresente suas explicações.
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