Único senador acusado de envolvimento com a quadrilha que desviou recursos do orçamento para a compra de ambulâncias superfaturadas, o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB), ocupou a tribuna esta tarde para dizer que será inocentado pelas investigações. “A verdade está comigo e não poderá ser de outra forma. Todos aqueles que me conhecem sabem da correção do meu caráter e da maneira despachada e transparente que tenho de proceder”, disse o senador.
Suassuna participou do processo de alocação de recursos para a compra de ambulâncias por 29 municípios paraibanos. Do total de prefeituras atendidas, 13 adquiriram os veículos da Planam, empresa suspeita de pagar propina a parlamentares para ser beneficiada por emendas ao Orçamento.
O senador atribuiu a responsabilidade pelo envolvimento de seu nome no esquema à ação de dois “vigaristas” que trabalhavam em seu gabinete, que ele teria demitido tão logo as acusações foram reveladas. Roberto Arruda de Miranda e Marcelo Cardoso Carvalho, que trabalhavam no gabinete do senador, foram presos pela Operação Sanguessuga.
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“Quando ocorre a quebra da confiança, não nos resta outro caminho senão a exoneração imediata daquele que põe em risco o trabalho coletivo. E foi exatamente o que fiz. Tão logo tomei conhecimento pela imprensa, desliguei os dois funcionários”, afirmou.
Escutas
Nas escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça de Mato Grosso, os suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção se referiam ao senador como “tio Ney da Paraíba”.
Numa ligação do dia 21 de dezembro de 2005, a funcionária do Ministério da Saúde envolvida na fraude, Maria da Penha Lino, relata ao empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado pela polícia como um dos chefes do grupo, que Suassuna ligou para ela e a informou sobre o envio de emenda relacionada à compra de ambulâncias.
“Jamais autorizei o uso do meu nome para qualquer operação ou prática ilícita. Não conheço nenhuma, não conheço o senhor Vedoin, não tenho negócios em Mato Grosso e não envergonharia o meu mandato e nem humilharia a Paraíba por nada neste mundo”, afirmou o senador.
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