O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator do inquérito do mensalão, disse ontem que vai notificar, até o fim do mês, todos os envolvidos no processo que morarem em Brasília. Os acusados de outros estados receberão uma “Carta de Ordem”, o que deve demorar mais.
No início da fila de indiciados estão os ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken; os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Professor Luizinho (PT-SP), José Janene (PP-PR); e os ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) e Paulo Rocha (PT-PA).
Ao todo, 11 das 40 pessoas acusadas pela Procuradoria Geral da República de envolvimento no valerioduto serão notificados nesta primeira etapa. A partir da notificação, eles terão 15 dias para apresentarem defesa.
Barbosa afirmou, porém, que o prazo pode se alongar por tempo indeterminado caso os advogados peçam o trancamento do processo, com base em novos documentos, ou solicitem mais informações.
PF entregará relatório sobre contabilidade de Valério
A Polícia Federal deve finalizar, nos próximos dias, um relatório com o resultado da perícia contábil realizada nas empresas do empresário Marcos Valério de Souza, apontado como o operador do mensalão. O relatório será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria Geral da República (PGR).
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Na semana passada, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, denunciou 40 pessoas ao STF sob a acusação de integrarem uma “organização criminosa” comandada pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e pelos petistas José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira.
No documento, o procurador-geral pede o indiciamento de Valério por formação de quadrilha, falsidade ideológica, crime contra o sistema financeiro, corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro. Ontem, o jornal Folha de S.Paulo divulgou que Antonio Fernando teria cogitado pedir a prisão preventiva de todos os 40 acusados, inclusive a do empresário.
O advogado de Valério, Marcelo Leonardo, declarou que essa foi a versão apresentada pelo procurador. “A versão da defesa é outra. Não vi a denúncia nem o processo”, afirmou Leonardo hoje, quando foi à PF entregar um documento para o delegado Luiz Flávio Zamprogna, responsável pelo inquérito. O advogado não revelou o teor do documento.
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