Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem julgar na próxima quarta-feira (19) se aceitam ou não a denúncia contra o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina. Ele e outras quatro pessoas foram acusadas pela Polícia Federal, na Operação Furacão, de participarem de um esquema de venda de sentenças judiciais a empresários ligados a bingos, caça-níqueis e jogo do bicho no Rio de Janeiro.
O Inquérito 2424 é relatado pelo ministro Cezar Peluso, vice-presidente do STF. O processo chegou ao STF em agosto de 2006, e desde então tramita em segredo de justiça. Em abril de 2007, Peluso deferiu pedido do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e desmembrou o inquérito. Os acusados que não possuem foro no STF tiveram o processo remetido para o Juízo da 6ª Vara Federal do Rio de Janeiro, de onde se originaram as investigações.
No Supremo permaneceram sob investigação, além do ministro do STJ, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região José Eduardo Carreira Alvim e José Ricardo de Siqueira Regueira, o juiz federal do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas/SP Ernesto da Luz Pinto Dória e o procurador regional da República João Sérgio Leal Pereira. Ainda em abril do ano passado, a pedido do procurador-geral, o ministro incluiu como investigado no processo o advogado Virgílio Medina, irmão de Medina.
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Após ser implicado pela Operação Furação, Medina também foi acusado de favorecer Fadh Jamil, considerado o maior traficante de drogas de Mato Grosso do Sul. Ele foi condenado a 20 anos de prisão por tráfico, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Há dois anos, quando saiu a condenação, ele desapareceu. O ministro do STJ está afastado da corte desde maio de 2007. Desde então, ele continua a receber seu salário integral, de R$ 24 mil. (Mário Coelho)
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