Mensalão: entenda o que está em julgamento
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Ainda faltam se pronunciar o ministro Celso de Mello e o presidente do STF, Carlos Ayres Britto. Isso só vai acontecer amanhã (10). Celso está ausente de Brasília desde o fim de semana. A falta já tinha sido anunciada na semana passada. Ayres Britto poderia antecipar seu voto, mas decidiu esperar pelo colega. A expectativa é que os dois ratifiquem a posição majoritária até o momento.
Marco Aurélio, ao analisar a situação do ex-ministro, disparou: “Dirceu teve uma participação acentuada nesse escabroso episódio”. Para embasar seu voto, o ministro citou a venda de um apartamento por Maria Ângela da Silva Saragoça, ex-mulher de Dirceu, a Rogério Tolentino. Graças à interferência de Valério, ela ganhou um emprego no banco BMG e um empréstimo de R$ 42 mil do Banco Rural. Para Marco Aurélio, isso são evidências pela culpa do ex-ministro. Ele entendeu também que Dirceu comandava e dava chancela às atitudes do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares para operar o esquema.
Ex-líder estudantil, guerrilheiro e exilado político, Dirceu foi um dos fundadores do PT. Além de ter presidido o partido na década de 1990, foi deputado estadual e federal até ter papel determinante na eleição de Lula à Presidência da República nas eleições de 2002. No novo governo, era considerado o “todo poderoso” do Palácio do Planalto, responsável pela articulação política com o Congresso e com o dia a dia do mandato.
Formação de quadrilha
Contra o ex-ministro da Casa Civil ainda será analisada outra acusação, a de formação de quadrilha. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), Dirceu foi o mentor do esquema e da quadrilha. Ele teria participado de “reuniões suspeitas” com membros dos denominados “núcleo publicitário” e “núcleo financeiro”. Este capítulo da denúncia será analisado por último, ainda não tendo data para acontecer.
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Até o momento, apenas um ministro votou pela absolvição de José Genoíno. Foi o revisor Ricardo Lewandowski. No voto, ele chegou a citar passagens da história política do petista para reforçar a tese da inocência. Hoje, Marco Aurélio disparou: “Poupem-me de querer atribuir a José Genoino, com a história de vida que tem, tamanha dose de ingenuidade”. Para ele, Delúbio Soares não agiria com desenvoltura sem a autorização de Genoíno para contrair os empréstimos e tocar o esquema.
Ao contrário dos outros sete ministros que votaram anteriormente, Marco Aurélio votou pela condenação da ex-gerente financeira da SMP&B Geiza Dias por corrupção ativa. Na visão dele, Geiza não era a funcionária mequetrefe como argumentou sua defesa em sustentação oral. “Era ela pessoa de confiança de Marcos Valério. Ao meu ver, Geiza se mostrou co-autora da prática criminosa, da corrupção ativa”, afirmou.
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