A Corregedoria da Câmara só abrirá investigação contra o deputado Francisco Rodrigues (PFL-RR) por gasto excessivo com combustíveis. Rodrigues será notificado por causa da suspeita de que tenha usado notas frias para receber o reembolso da verba indenizatória a que os parlamentares têm direito.
Nos três primeiros meses de 2006, Rodrigues foi campeão de reembolsos com combustível. Ele apresentou notas de R$ 30 mil (janeiro), R$ 15 mil (fevereiro) e R$ 15 mil (março) e embolsou R$ 60 mil, quantia suficiente para comprar gasolina e rodar 240 mil quilômetros, equivalente a 26 viagens entre Manaus e Porto Alegre, ida e volta.
Segundo o corregedor da Casa, Ciro Nogueira (PP-PI), a corregedoria não tem estrutura para investigar as contas de 513 deputados e só poderá investigar outros parlamentares se o Tribunal de Contas da União (TCU) concluir que há indícios de irregularidades.
Rodrigues já foi notificado para apresentar sua defesa. Se a justificativa não for satisfatória, será aberta sindicância interna para apurar o caso.
Reportagem publicada no último domingo por O Globo revelou que, no ano passado, os deputados receberam R$ 41 milhões da Câmara por reembolso com gastos em gasolina, o suficiente para 64 voltas em torno do planeta. Na edição de segunda-feira, o jornal disse que a conta estava errada: o combustível seria suficiente para dar 4.100 voltas ao mundo. Ou ainda 431 viagens à Lua (e não seis).
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